
Martinho da Vila, de 79 anos está no 5º período do curso de Relações Internacionais da faculdade Estácio de Sá.
Martinho é embaixador da boa vontade na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
O cantor e compositor é aluno especial. Ele cumpre a carga horária estabelecida, faz trabalhos em grupo, mas não precisa prestar prova.
É sem alarde – ou devagar, devagarinho – que Martinho da Vila, de 79 anos, vem cursando o 5º período do curso de Relações Internacionais em uma faculdade paga do Rio de Janeiro. Os que desconheciam a empreitada acadêmica do sambista, iniciada em 2015, ficaram admirados ao vê-lo dentro de sala de aula, em uma foto tirada por um colega e postada na internet. Martinho, mesmo, não mostra qualquer espanto. A incursão universitária, que pode levá-lo a um cargo mais alto na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), da qual é embaixador da boa vontade, é feita em ritmo moderado.
“Passei no vestibular e escrevi à direção da Estácio de Sá, pedindo para ser aluno especial, aquele que faz o curso para adquirir conhecimento, não para formação profissional. Eu estudo as matérias que mais me interessam, não preciso fazer provas. Estatística, por exemplo, eu não vou fazer”, conta o cantor, citando uma matéria longe de sua predileção.
O sambista também refuta comparações com um de seus hits, O Pequeno Burguês (aquele dos versos “Felicidade, passei no vestibular / Mas a faculdade é particular”), que seus colegas parecem desconhecer. “São meninos de 20 anos, que tinham 18 quando entrei. Eles me veem com naturalidade, me veem como igual a todo mundo.”
CPLP
Segundo Martinho, que enfrenta pela primeira vez a vida de estudante universitário, a experiência é motivada por seu envolvimento com a CPLP. “Sou embaixador da boa vontade, então, quis adquirir conhecimento. Queria ficar mais gabaritado para a função. Se tiver a possibilidade de ser ministro ou secretário-geral da instituição, eu estarei mais preparado”, conta, embora negue ter um plano de carreira em mente. “Meu projeto de vida é cantar e fazer shows. Mas devagarinho dá para fazer muitas coisas. Hoje faço quatro matérias por semestre.”
Entre as atividades do embaixador, está a de fazer palestras ou a de simplesmente representar a CPLP pela fama que possui. Entre as atividades dos alunos, está a de estender o convívio da classe para o café ou bar mais próximo. “Já fui algumas vezes, mas a aula termina muito cedo, às 11h30, ainda não estou no clima de bar.”
Fonte: Veja/Maria Carolina Maia e Domingo Espetacular da Record | Foto 1: Rennan Medeiros Pimentel e Foto 2: Miro/VEJA
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