Não é a
primeira vez que utilizo o espaço do Blog Jaguaruana Verdade para falar da
triste situação que hora passa o nosso velho e saudoso Rio Jaguaribe. Conhecido
como o maior rio seco do mundo com uma extensão que ultrapassa os seiscentos
quilômetros de extensão, esse afluente que nasce na cidade de Tauá, na serra da
Joaninha e deságua no Oceano Atlântico, depois de percorrer 81 cidades, pede
socorro. Aqui em Jaguaruana, devido aos sete anos de escassez, dói na alma de
todos os Jaguaruaneses que nasceram e se criaram vendo seus pais tirar do Rio o
sustento para família e hoje não se tem, nem mesmo, a água para matar a cede
dos animais.
Na manhã
deste Sábado 25 de Novembro de 2017, me bateu aquela saudade de quando criança
saia eu, meu pai e meus irmãos, para juntos fazer a festa como se diz por aqui.
Meu pai um filho de agricultor e também pescador de peixes com tarrafas, mesmo
sem saber nadar conhecia a fundo as malícias de um rio profundo, traiçoeiro que
gostava de chamar para as profundezas de suas águas, os mais desavisados,
fazendo-lhes vítimas, por muitas vezes, fatais.
As imagens
que vamos mostrar neste relato, foram feitas exatamente às margens do Rio
Jaguaribe conhecido em um trecho que divide as localidades de Saquinho, zona
Rural de Jaguaruana e os maiores povoados da cidade, Antonópolis, São José e
Giqui e consequentemente dezenas de localidades da região serrana. Nesse ponto
em que vamos mostrar, durante décadas, mesmo no período do verão, como chamamos
por aqui, o único meio de atravessar o Jaguaribe era através de um pontão do
senhor Eugênio, que hoje já não mora mais em sua casa que fica às margens desse
afluente.
Jaguaruana,
desde sua emancipação política há 127 anos, atrás, sempre foi conhecida como a
capital da rede do Estado do Ceará. Visitar Jaguaruana para comprar redes, não
seria uma viagem completa se os turistas que aqui frequentavam nossa cidade,
não se deliciassem com o mais gostoso banho nas águas do Jaguaribe. As barracas
com seus barraqueiros ofereciam aos visitantes um vasto cardápio à base de
peixe frito, cozido ou assado, todos pescados nas águas do Rio. Hoje isso já
não existe mais. Não temos mais a deliciosa água para nos banhar. As barracas
fechadas dão lugar apenas à recordação de quem por aqui viveu momento simples,
mas de felicidade.
Mas como diz
o ditado nem tudo está perdido, pois ainda há uma esperança. Nos últimos dois
dias a cidade de Jaguaruana amanheceu com o Céu nublado e chegou até a garoar.
O cheiro da Terra molhada subiu as narinas da população que automaticamente
começa acreditar que o ano vindouro, deva ser o fim da triste sagra de sete
anos de seca que o nosso Estado, o nosso Vale do Jaguaribe e consequentemente,
nossa Jaguaruana passa. Esperamos que em breve, as imagens que possamos está
divulgando no Blog Jaguaruana verdade, seja do nosso Rio cheio de água, mesmo
que correndo para o mar mas deixando para trás o rastro de uma felicidade
imensa que a tempo não temos.
QUE DEUS E A
NATUREZA SEJAM GENEROSOS E QUE AS CHUVAS CHEGUEM PARA SALVAR O NOSSO RIO
JAGUARIBE QUE AGONIZA, FAZ TEMPO.
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