No ano de
2007 na cidade de Jaguaruana, um cidadão conhecido por Alber Leite que sempre
praticou o esporte de MotoCross, decidiu que iria subir ao alto da montanha, ao
qual chamamos de Serra que faz divisa com o Estado do Ceará e do Rio Grande do
Norte. O sonho de realizar o fato, juntado a força e a coragem, fez com que
esse cidadão e mais um grupo de amigos, dessem início uma das manifestações religiosa
mais participativa na cidade de Jaguaruana.
Todos os
anos, mais precisamente no mês de Novembro, dezenas, centenas, milhares de
fiéis se deslocam, cerca de 20 quilômetros, para no alto da serra receber as bênçãos
de Cristo Rei que ora é celebrada pelo Padre Raimundo, mas que foi dado início
pelo nosso saudoso Padre do Céu. O evento que já se solidificou no calendário
religioso de nossa cidade, completou no final da semana passada, 10 anos. Como
prêmio pela data, vou transcrever uma conversa que tive com o cidadão Alber
Leite, o idealizador da subida a serra que propiciou esse momento festivo.
“Boa tarde
Manoel, uma pessoa me informou que você estava procurando saber como se deu
início a missa do Cristo Rei na Serra Dantas. Pouquíssimas pessoas sabem de
fato como se deu toda história”.
“Pois bem, todos sabem da minha paixão por off
Road, e desde que vim morar aqui em Jaguaruana em 1997 eu olhava para aquela
Serra e tinha vontade de subi-la, mas nunca tive a oportunidade de ir até lá,
até por não conhecer bem a região. Certo dia na oficina do Pedro Leodecio eu
comentei dessa minha vontade e lá estava um senhor chamado Raimundo Barbudo que
mora no assentamento Bela Vista, e ouvindo a conversa se aproximou de mim e
disse que lá em cima existia um cruzeiro e um antigo cemitério, entretanto já
faziam muitos anos que ninguém subia até lá. A partir daí meu interesse
aumentou ainda mais. Passando algum tempo eu o procurei e propus a ele se era
possível que ele me guiasse até a subida da serra, de pronto ele se manifestou
que sim, não existia mais nenhum caminho e ele disse que iria na frente com um
facão abrindo o caminho para que eu subisse de moto”.
“Marcamos um
domingo para realizar essa tarefa, foi no ano de 2007, em setembro, nesse dia
me acompanharam o Pedro Leodecio, Albení Viana, o senhor Raimundo Barbudo e
mais três pessoas que agora não recordo os nomes. De moto somente eu e o
Leodecio, na primeira tentativa só conseguimos subir até a metade da Serra pois
o mato estava muito fechado. Então retornamos no domingo seguinte para concluir
a subida. Conseguimos terminar a subida
quase meio dia, tínhamos chegado lá as 6 da manhã, e para a nossa surpresa
existia lá realmente esse Cruzeiro e o cemitério de Anjos. O Cruzeiro estava
muito deteriorado, o Cristo rei com os braços quebrados, a Cruz comida de
cupins e as cruzes das covas quase todas quebradas”.
“Ao comentar
sobre a nossa aventura a turma que andava de moto na época se reuniu para
reformar o Cruzeiro e restaurar o Cristo rei e todas as cruzes da covas. Na
época o Serrano, Genildo Viana, Albeci Viana, Pedro Leodecio, Juberto filho do
Roberto, Cidartha Costa, Renam Navilly, Gazum, Raimundo Barbudo trabalharam
muito na reforma do Cristo Rei, Keké...e muitos outros que ajudaram e no
momento não me recordo, foram muitas viagens até a Serra para concluir o
trabalho, tiveram até de dormir algumas vezes lá em cima. Quando tudo estava
pronto convidamos o Mosenhor do Céu e ele aceitou celebrar a primeira missa.
Dai em diante se tornou essa tradição que só vejo crescer a cada ano e me
orgulho muito de ter podido de alguma forma contribuir para que essa
manifestação de fé tenha tomado essas proporções. Quero adiantar minhas
desculpas por ter esquecido o nome de alguém no meu relato”.
Somente para
lembrar, essas palavras foram escritas pelo próprio Alber leite, que pra quem não
sabe é o gerente da loja Leleo Móveis aqui de Jaguaruana. Nós que fazemos o
Blog Jaguaruana Verdade ficamos muito grato por sua atenção e acreditamos que os
que muitos ouviam falar, agora saberão de como, realmente, aconteceu. Este ano
foi comemorado os 10 anos dessa linda história que foi iniciada por um grupo de
pessoas, taxados como aventureiros, mas que marcaram para sempre, com letras
garrafais, a na religiosidade e a fé cristã de milhares de Jaguaruanenses. Parabéns
a todos e mais uma vez obrigado pela confiança de me relatar algo que poucos saberiam
dizer.
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