Luís Roberto Barroso também destacou que a "corrupção cria ambiente de insegurança e desconfiança" no país.
Por G1 CE
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'Nível de consciência da sociedade civil está mudando' diz ministro Barroso em palestra no Ceará (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou que o “nível de consciência da sociedade civil está mudando”, durante palestra na Câmara Municipal de Fortaleza nesta segunda-feira (23), onde esteve também para a reinauguração da Biblioteca José de Alencar no Legislativo.
Barroso reconheceu a importância da mobilização social e disse que esta é a "grande revolução brasileira". "Revolução pacífica e profunda de mudança de consciência, de demanda por integridade, aos poucos, as instituições vão ser capazes de atender à essas demandas. É preciso ter paciência e perseverança."
Sobre os caminhos para enfrentar a corrupção do país, o ministro foi otimista. A “percepção da corrupção aumentou muito”.
"Este nível de consciência da sociedade civil vai modificar, e já está modificando, aos poucos, as instituições de uma maneira geral."
No entanto, Barroso destacou que “o combate à corrupção não pode ser a agenda única de um país”, embora reconheça que é preciso minimizar o problema. “Não é um projeto de país acabar com a corrupção, mas nós precisamos minimizá-la para termos um projeto de país.”
'Pacto oligárquico'
Para Barroso, o diagnóstico correto sobre a corrupção no Brasil é de que “não foi um produto de falhas individuais ou pequenas fraquezas humanas. Foi uma corrupção sistêmica. Foi um modo de fazer política e um modo de fazer negócios que naturalizou as coisas erradas a ponto de as pessoas já nem se darem conta mais de quão erradas eram, como eram feitas”, analisou.
O ministro do STF considera o cenário fruto de “um pacto oligárquico de saque ao estado brasileiro, celebrado por parte da classe política, parte da classe empresarial e parte da burocracia estatal”. Mas diz enxergar saída.
“Viver no Brasil é empurrar uma locomotiva, mas é o papel que nos cabe, é o papel da nossa geração, eu acho."
“Nós derrotamos a ditadura, derrotamos a hiperinflação, acho que estamos vencendo a pobreza extrema e acho que o último, a última missão da nossa geração é reduzir, expressivamente, a corrupção a padrões residuais que existem em toda parte do mundo”, completa.
Durante o encontro, Luís Roberto Barroso lançou dois livros de sua autoria, sendo “Um outro país: transformações no direito, na ética e na agenda do Brasil” e “A Judicialização da Vida e o Papel do Supremo Tribunal Federal”.
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