Vice-presidente
teria indicado João Augusto Henriques, envolvido em compra ilícita de
etanol, para a estatal durante o governo FHC (Foto: Antônio Cruz/ABr)
O vice-presidente Michel Temer foi citado pelo senador Delcídio
Amaral (PT-MS) como responsável pela indicação de um diretor da BR
Distribuidora que fez aquisições de etanol de forma ilícita. O caso
consta nos depoimentos feitos sob acordo de delação premiada do senador,
tornada pública nesta terça-feira, 15, pelo Supremo Tribunal Federal
(STF).
De acordo com Delcídio, Temer foi responsável pela indicação de João
Augusto Henriques para a companhia estatal no governo Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002). Já a compra ilegal de álcool teria ocorrido entre
1997 e 2001. Na oportunidade, Temer era deputado federal e ocupava a
Presidência da Câmara.
“Augusto Henriques foi diretor na BR Distribuidora entre 1998 e 2000;
Que a diretoria de João Henriques tinha, entre outras atribuições, a
compra de etanol de etanol e, por conta disso, mantinha relação estreita
com usineiros; que a gestão de João Augusto Henriques foi polêmica”,
disse Delcídio.
Ainda segundo Delcídio, Henriques acabou demitido da BR
Distribuidora. Entre 2007 e 2008, contudo, ele voltou a ser cotado para
outro posto na Petrobrás, o de diretor da área internacional, cargo que
pertencia a Nestor Cerveró. Ele, porém, teve o nome vetado pela então
ministra Dilma Rousseff.
“Que João Augusto Henriques foi cotado para ser Diretor da Diretoria
Internacional da Petrobrás, em 2007 ou 2008, com o apadrinhamento de
Michel Temer”, registra o depoimento de Delcídio.
Ainda segundo o senador, como o nome de Henriques foi vetado, Jorge
Zelada acabou ficando com a vaga e Michel Temer acabou sendo seu
padrinho: “Que João Augusto Rezende Henriques indicou Jorge Zelada, Que
Jorge Zelada foi chancelado por Michel Temer e pela bancada do PMDB”.
Temer informou, por meio de sua assessoria, que sequer conhecia João
Augusto Henriques quando ele foi nomeado para a BR Distribuidora. A
informação de que seria o “padrinho” do operador, sustenta o
vice-presidente, é falsa. Temer alega que, no governo Lula, a indicação
de João Augusto foi da bancada do PMDB mineiro, e não dele.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ainda não se pronunciou.
Fonte: (AE)
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