Em viagem pela Europa, procurador-geral da República não escondeu sua insatisfação com as falas do ex-presidente Lula
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta
sexta-feira, em Paris, que a interceptação da conversa entre o
ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff não afronta as
garantias constitucionais da Presidência da República, segundo o jornal O
Estado de S. Paulo. Segundo Janot, o alvo do grampo telefônico era o
petista, que ainda não havia sido empossado como ministro-chefe da Casa
Civil e, por esse motivo, o inquérito que apura se ele obteve vantagens
indevidas de empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato ainda
estava sob jurisdição do juiz federal Sérgio Moro.
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Moro foi o responsável por autorizar e divulgar o conteúdo das
conversas e, desde que o fez, na última quarta-feira, está sob forte
ataque do PT. Nesta quinta, durante a posse de Lula como ministro-chefe
da Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff atribuiu ao magistrado uma
"nítida tentativa de ultrapassar o limite do Estado democrático de
Direito".
Janot mostrou sua insatisfação com Lula ao rebater uma de suas falas
nesta quinta. O petista reclamou da ingratidão por ele estar no cargo.
"Cargo público não é presente", disse o procurador-Geral da República,
completando que só tem gratidão à sua família.
O procurador-geral está em viagem pela Europa até sábado - para tratar
de cooperação na investigação da Lava Jato e firmar novos acordos de
atuação conjunta na área internacional - e não escondeu de pessoas
próximas seu descontentamento com o fato de o petista ter falado que
colocaria "medo" nos procuradores da Lava Jato. Sua viagem de uma semana
pelo continente europeu se encerra neste sábado e já na segunda-feira,
ele deve analisar o caso e também um eventual pedido de inquérito contra
Lula e a presidente Dilma.
Fonte: (Da redação)
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