Advogados dizem que relação deve ser feita 'em nome da ampla defesa'.
Documento foi protocolado nesta terça (8) em investigação da Lava Jato.
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao juiz
Sérgio Moro uma certidão em que conste todos os processos que envolvam o
nome de Lula na 13ª Vara Criminal de Curitiba, onde tramitam as ações
da Lava Jato. O documento foi protocolado nesta terça-feira (8) nos
autos de investigação da 24ª fase da operação.
Os advogados querem que na certidão apareçam “todos os processos,
procedimentos ou incidentes vinculados ao presente feito ou não, em
regime de sigilo ou não”, que envolvam nome de Lula, “em nome do
Princípio da Ampla Defesa”. O juiz Sérgio Moro não havia se manifestado
sobre o pedido até a publicação da reportagem.
Investigação
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula está sendo investigado porque há indícios de que ele recebeu dinheiro desviado da Petrobras por meio da execução de reformas no apartamento tríplex do Guarujá (SP) e do sítio de Atibaia (SP).
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula está sendo investigado porque há indícios de que ele recebeu dinheiro desviado da Petrobras por meio da execução de reformas no apartamento tríplex do Guarujá (SP) e do sítio de Atibaia (SP).
Os procuradores ressaltaram ainda que há evidências de que o petista
recebeu móveis de luxo nos dois imóveis e teve a armazenagem de bens em
uma transportadora bancada pela construtora OAS, uma das empreiteiras
investigadas na Lava Jato.
Também são alvo de investigação pagamentos que passam de R$ 30 milhões
para o Instituto Lula e para a empresa de palestras do ex-presidente.
Defesa
Na segunda-feira (7), a Polícia Federal informou ao juiz Sérgio Moro que, ao ser interrogado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez diversas referências a um documento em que nega ter ocultado patrimônio no Guarujá. O documento, que foi protocolado no processo de investigação, tem o mesmo conteúdo de nota divulgada no fim de janeiro Instituto Lula para negar que o ex-presidente é dono de um tríplex no litoral paulista.
Na segunda-feira (7), a Polícia Federal informou ao juiz Sérgio Moro que, ao ser interrogado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez diversas referências a um documento em que nega ter ocultado patrimônio no Guarujá. O documento, que foi protocolado no processo de investigação, tem o mesmo conteúdo de nota divulgada no fim de janeiro Instituto Lula para negar que o ex-presidente é dono de um tríplex no litoral paulista.
O documento explica como a esposa de Lula, Marisa Letícia, fez a
aquisição de cotas de um projeto da Bancoop, cooperativa do Sindicato
dos Bancários de São Paulo, no edifício que à época chamava-se Mar
Cantárbico. A cooperativa se tornou insolvente e transferiu imóveis
inacabados para a construtora OAS, dentre eles o prédio no Guarujá que
passou a se chamar Solaris.
O texto diz que a família do ex-presidente Lula investiu R$ 179.650,80
na compra da cota, que foi declarada à Receita e ao Tribunal Superior
Eleitoral, segundo a assessoria do petista.
"Quando o empreendimento Mar Cantábrico foi incorporado pela OAS e passou a se chamar Solaris, os pagamentos foram suspensos, porque Marisa Letícia deixou de receber boletos da Bancoop e não aderiu ao contrato com a nova incorporadora", afirma o Instituto Lula.
"Quando o empreendimento Mar Cantábrico foi incorporado pela OAS e passou a se chamar Solaris, os pagamentos foram suspensos, porque Marisa Letícia deixou de receber boletos da Bancoop e não aderiu ao contrato com a nova incorporadora", afirma o Instituto Lula.
O Instituto Lula afirma, ainda, que o ex-presidente visitou o
apartamento triplex de número 164-A acompanhado de sua esposa e do então
presidente da OAS, Léo Pinheiro, preso na Operação Lava Jato.
"Lula e Marisa avaliaram que o imóvel não se adequava às necessidades e
características da família, nas condições em que se encontrava. Foi a
única ocasião em que o ex-presidente Lula esteve no local", diz a nota.
O Instituto Lula também afirma na nota que a família de Lula desistiu
de utilizar a cota para adquirir um dos imóveis disponíveis no
condomínio porque "as notícias infundadas, boatos e ilações romperam a
privacidade necessária ao uso familiar do apartamento".
"A família do ex-presidente Lula solicitou à Bancoop a devolução do
dinheiro aplicado na compra da cota-parte do empreendimento, em 36
parcelas, com um desconto de 10% do valor apurado, nas mesmas condições
de todos os associados que não aderiram ao contrato com a OAS em 2009",
afirma a assessoria.
A devolução do dinheiro aplicado à família do ex-presidente, segundo o instituto, ainda não começou a ser feita.
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