Marco
Aurélio Mello disse que atual situação "gera uma decepção incrível",
mas elogiou o fato de as "mazelas" não serem mais escamoteadas (Foto:
Nelson Jr/SCO/STF)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello
afirmou nesta terça-feira, 15, estar “perplexo” com a revelação de que o
ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tentou evitar o acordo de
delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS) com a
Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Estamos todos perplexos. Claro que se trata da palavra de um
investigado, o valor é relativo, mas a delação revela indícios e esses
indícios podem ter materialidade”, disse.
Para o magistrado, a “postura adequada” nesse caso seria Mercadante renunciar ao cargo até que a questão fosse esclarecida.
Questionado se o conteúdo da delação, que mostra uma tentativa de
interferência nas investigações da Operação Lava Jato, seriam
suficientes para mandar prender o ministro da Educação, Marco Aurélio
disse que essa era uma decisão que caberia ao ministro Teori Zavascki,
relator do caso no Supremo. “É hora de atuarmos com serenidade e
temperança, apurando para que, selada a culpa, prender, para não
inverter a ordem natural. A ninguém interessa, a essa altura, incendiar o
Brasil”, disse.
Delcídio afirmou em delação que Mercadante prometeu dinheiro e lobby
junto a ministros do Supremo para que o senador deixasse a prisão. A
proposta foi feita a um assessor do senador, que gravou os encontros e
entregou ao petista, que na época estava preso.
Lula
Para Marco Aurélio, a ido do ex-presidente Lula para um ministério no
governo da presidente Dilma Rousseff não é somente para se safar das
mãos do juiz Sérgio Moro. “Não vejo como uma fuga ao juiz Sérgio Moro.
Ele não é único juiz do País. Eu vejo o deslocamento como uma tábua de
salvação para a presidente Dilma”, disse.
O magistrado acredita que Lula tem uma “penetração maior” do que
Dilma no Congresso Nacional, que “não tem penetração alguma”. O ministro
também afirmou que o ex-presidente só aceitaria um cargo se fosse para
realmente mudar os rumos do governo. “Não creio que ele aceite se não
for para dar a diretriz a ser seguida, principalmente no campo econômico
e financeiro”, disse.
Fonte: Com informações da Agência Estado.
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