Depois
de 'Alcoólico', menção ao ex-senador Gim Argello, força-tarefa da Lava
Jato tenta identificar outros políticos nas mensagens cifradas de
Ricardo Pessoa, da UTC (Foto: Marcos Bezerra/Estadão Conteúdo)
Após
identificar o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) como “alcóolico” no
celular do dono da UTC e delator da Lava Jato Ricardo Pessoa, a
força-tarefa da operação rastreia os apelidos e siglas utilizadas pelo
empreiteiro em trocas de mensagens no celular e em telefonemas para se
referir a agentes políticos e responsáveis por intermediar o pagamento
de propinas, em alguns casos disfarçadas de doações eleitorais.
Além do “alcóolico”, a PF já identificou ao menos 11 diálogos no
celular de Pessoa que envolvem conversas cifradas e apelidos e que estão
na mira dos investigadores. São desde menções a “bovino religioso”,
“descobridor”, “JVN” e até apelidos como “nazista” e “alemão”, que a
força-tarefa da Lava Jato tenta descobrir o verdadeiro significado.
Em um diálogo de whatsApp, por exemplo, um interlocutor pergunta para
Pessoa em 12 de abril de 2014 se “o negócio do descobridor da américa
foi entregue para o João???”. A mensagem é seguida por outras três
questionando sobre a suposta entrega, até que o interlocutor afirma: “Já
está na mão dele, abs”. A reportagem tentou contatar o número do
interlocutor, mas a ligação não completa.
Dentre as conversas que mais chamam a atenção, estão os diálogos de
Ricardo Pessoa com Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS condenado na Lava
Jato. Ao longo de 2014, eles citam diálogos com outros empreiteiros e
advogados para lidar com a Lava Jato e fazem referências a siglas como
“JC” e “amigo” em diálogos e encontros cujos contextos ainda não estão
claros.
As trocas de mensagens vão até 12 de novembro de 2014, dois dias
antes da Juízo Final, sétima fase da Lava Jato que botou Léo Pinheiro e
Ricardo Pessoa, além de outros executivos das cúpulas das principais
empreiteiras do País, na cadeia.
Há um e-mail da secretária do PMDB, Neyla, encaminhando uma
“solicitação” do ex-deputado Geddel Vieira Lima em setembro de 2014, com
os dados da conta bancária do diretório do PMDB na Bahia durante as
eleições. Na ocasião, o ex-deputado disputava o cargo de senador pela
Bahia e, segundo sua assessoria, a solicitação era um pedido de doação
eleitoral, que foi realizada e posteriormente declarada à Justiça
Eleitoral. Com informações da Agência Estado.
Fonte: diariodopoder.com.br/noticia
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