Entre
os documentos apreendidos no escritório da contadora está um contrato
de empréstimo no valor de R$ 6 milhões entre o publicitário Marcos
Valério e uma empresa de Ronan Maria Pinto, preso nesta sexta-feira
(Foto: Wilson Dias/ABr)
O escritório da contadora Meire Poza, que trabalhou para o doleiro
Alberto Youssef, delator da Operação Lava Jato, foi incendiado nesta
madrugada. Poza contribuiu com as investigações do esquema de corrupção
da Petrobrás com informações sobre documentos que estavam sob sua guarda
e pertenciam ao doleiro. Um dos papeis que estavam em seu escritório
motivou a Operação Carbono 14. Trata-se de um contrato de empréstimo no
valor de R$ 6 milhões entre o empresário Marcos Valério Fernandes de
Souza, condenado no esquema do mensalão, e uma empresa de Ronan Maria
Pinto, empresário de Santo André (Grande SP), preso nesta sexta-feira.
Nesse caso, o papel foi encontrado durante ação de busca e apreensão na
firma dela, no ano passado.
Em depoimento ao Ministério Público em dezembro de 2012, Valério
afirmou que dirigentes do PT pediram a ele R$ 6 milhões que seriam
destinados ao empresário Ronan Maria Pinto. O dinheiro serviria, segundo
Valério, para que o empresário parasse de chantagear o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o então secretário da Presidência, Gilberto
Carvalho, e o então ministro da Casa Civil, José Dirceu. O documento
encontrado no escritório de Poza, em 2014foi o primeiro papel a
materializar a confissão de Valério.
Ao Estado, Poza evitou relacionar o incêndio a operação deflagrada
hoje. “Estou sem chão, sem rumo. Não tive coragem nem de entrar lá”,
afirmou. “Não faço ideia de como isso pode ter ocorrido. Se foi
intencional ou não. Já tinha pedido uma proteção para os investigadores
da Lava Jato, mas nunca quiserem me ajudar.” O escritório da empresa
Arbor fica no Itaim, em São Paulo, num prédio. Outras lojas também foram
afetadas. Ela afirmou que ainda não sabe os danos do incêndio.
Fonte: (AE)
0 comentários:
Postar um comentário