Delcídio do Amaral momentos antes de iniciar a entrevista ao Roda Viva. (Foto: Vanessa Carvalho/Estadão Conteúdo)
O
senador cassado Delcídio Amaral (ex-PT/MS) afirmou, na noite desta
segunda-feira, 16, que a presidente Dilma Rousseff perdeu completamente
as condições de governar e por esse motivo caiu. “Ela não volta”, disse
ele, esta noite durante entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV
Cultura. Ele lembrou a aprovação da admissibilidade do impeachmento por
55x22 votos sacramentou a situação dela, considerando que sua
destituição definitiva será aprovada com apenas 54 votos.
Delcídio disse também que não apenas ele mas pessoas como o
ex-presidente Lula alertaram várias vezes Dilma sobre o agravamento das
crises política e econômica, “mas entrava por um ouvido e saía pelo
outro.
O ex-senador também criticou o presidente nacional do PT, Rui Falcão,
classificando-o de “figura bizara”, que, segundo ele, não tem dimensão
da importância do cargo de principal dirigente de um partido como o
dele.
Delcídio admitiu que errou ao ter, segundo sua versão, aceitado a
pressão do ex-presidente Lula e de Dilma para tentar obstruir a Justiça
ao tentar interferir nas investigações da Lava Jato. Delcídio foi preso
depois de ser flagrado em áudio tentando comprar o silêncio e ajudar o
ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a fugir do País.
"Acabei cometendo esse deslize e fui efetivamente denunciado por
obstrução da Justiça. Quero destacar, é uma falha grave pela qual me
desculpei, não deveria ter feito isso. Agora, não fui acusado por roubo,
desvio de dinheiro, conta no exterior", afirmou.
Ele afirmou que não pode "botar a mão no fogo" pela inocência do
presidente em exercício Michel Temer (PMDB) sobre suposta conivência com
o esquema de corrupção na Petrobras. "Não posso botar a mão no fogo,
até porque não conheço bem as relações dele", disse.
Questionado sobre a indicação de Jorge Zelada para diretoria
Internacional da Petrobras, atribuída em delações premiadas da Lava Jato
a Temer, Delcídio pontuou, contudo, que não sabe se o peemedebista
tinha ciência dos desvios de Zelada no cargo. "Quando você indica alguém
pro governo, não quer dizer que indicou alguém pra roubar. Às vezes,
você indica alguém que tropeça, lamentavelmente isso acontece nos
governos", ponderou. "Prefiro acreditar que ele (Temer) tenha endossado a
indicação da bancada (do PMDB), mas vejo com muitas preocupações o que
vem por aí."
O senador cassado negou reiteradamente ter se beneficiado
pessoalmente de recursos desviados no petrolão, como apontado em
delações como de Cerveró e de Fernando Baiano - considerado o operador
do PMDB no esquema de desvios. Segundo Delcídio, após passar pro
procedimentos de depoimentos "rigorosíssimos", ele "passou a limpo" tudo
que se dizia sobre sua pessoa. "Não me beneficiei, isso ficou muito
claro", enfatizou.
Fonte: Diário do Poder
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