Nota divulgada pela assessoria da presidente afastada afirma que a reação dos governos alinhados ao petismo 'expressa a indignação internacional diante de farsa jurídica'
A
presidente afastada Dilma Rousseff usou as redes sociais nesta
segunda-feira para criticar a postura do Itamaraty, comandado agora pelo
novo ministro das Relações Exteriores José Serra. Na última
sexta-feira, Serra divulgou nota rebatendo o coro bolivariano de países
alinhados aos governos petistas - como Venezuela, Cuba e Bolívia - que
aderiram à retórica do "golpe". No comunicado, o Itamaraty defendeu a
legitimidade do impeachment e condenou aqueles que propagam "falsidades
sobre o processo político interno no Brasil".
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A nota divulgada pela assessoria de Dilma nesta segunda chama o
processo que afastou a petista de "golpe parlamentar" e defende a
posição dos governos bolivarianos sobre o processo. "A reação de
governos estrangeiros e de importantes setores da opinião pública
mundial expressa a indignação internacional diante da farsa jurídica
aqui montada."
Sobre a resposta do Itamaraty, a nota de Dilma afirma que a nova
gestão das Relações Exteriores "não tem autoridade política ou moral
para invocar o princípio da soberania". Repetindo um velho discurso das
esquerdas, a nota diz ainda que o novo comando do Itamaraty é
"tradicionalmente submisso às grandes potências" e pratica "ingerência
nos assuntos internos de outros países da região". O comunicado terminar
acusando a pasta de planejar acordos comerciais "lesivos ao interesse
nacional".
El Salvador - Nesta segunda-feira, o Itamaraty
reagiu às declarações do governo de El Salvador, que disse não
reconhecer a legitimidade do presidente interino Michel Temer e
suspendeu contratos oficiais com o Brasil. O Ministério das Relações
Exteriores afirmou que a decisão de El Salvador revela "amplo e profundo
desconhecimento sobre a Constituição e a legislação brasileiras".
"Causam especial estranheza tantos equívocos, uma vez que El Salvador
mantém intensas relações econômicas com o Brasil e é o maior
beneficiário de cooperação técnica brasileira em toda a América
Central", diz a nota. O Itamaraty encerra a mensagem afirmando que
espera que o governo do país reconsidere sua posição.
(Da redação)
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