Entenda porque o sal aumenta a pressão arterial e faz mal à saúde!
O nosso famoso sal de cozinha é composto basicamente de cloreto de sódio (NaCl). É o principal vilão da hipertensão arterial. O problema não é exatamente o sal, mas sim o sódio presente nele.
As populações que apresentam baixa ingestão de sódio praticamente não apresentam casos de hipertensão como, por exemplo, os índios brasileiros Yanomami.

A necessidade diária de sódio para os seres humanos segundo a VI DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO de 2010 é de 5g de cloreto de sódio, ou sal de cozinha, e o consumo médio do brasileiro é o dobro do recomendado.

Nossa dieta contém muito mais sódio do que o necessário. Temos um paladar que foi acostumado a grandes quantidades de sal desde a infância que não notamos o quanto nossa comida é salgada.
Praticamente a maioria das pessoas, quando solicitadas a reduzir o consumo, afirmam já comer pouco sal. 99% estão enganados!

Se você vive no mundo ocidental e consome queijos, molho de tomate, comida congelada, come em restaurantes, consome fast food, biscoitos, comida enlatada e muitos outros alimentos facilmente encontrados nos supermercados, você tem uma dieta hiper sódica (excesso de sal). Você apenas não sabe disso porque seu paladar está adaptado a altas concentrações de sódio.
A quantidade máxima de sódio recomendada é de 2,4 gramas por dia, o equivalente a 5 gramas de sal. Para se ter uma idéia, aquele saquinho de sal, branco e quadradinho que existe em todo restaurante possui 1g de sal.


Pacientes hipertensos, cirróticos, insuficientes renais crônicos ou com insuficiência cardíaca devem consumir menos de 1,5 grama de sódio/dia.
A população ocidental consome em média de 9 a 15g de sal por dia.
Os efeitos do sal são diferentes em cada indivíduo, mas alguns grupos apresentam maior sensibilidade: negros, obesos e doentes renais crônicos.

Além de provocar hipertensão, o sal também atrapalha o seu tratamento ao inativar alguns anti-hipertensivos. Isso acontece principalmente na família dos diuréticos e dos IECA (captopril e enalapril são os mais famosos).

Além das consequências da hipertensão, o excesso de sódio também está relacionado a:

-AVC (derrames) -Insuficiência renal -Insuficiência cardíaca -Câncer de estômago -Pedras nos rins -Diabetes -Asma -Osteoporose

Devido aos problemas do sódio, o chamado sal light, composto por cloreto de potássio (Kcl), vem ganhando adeptos.
O nome light não é bom e causa confusão, pois o termo normalmente é dado a alimentos de baixo valor calórico. Na verdade o sal light, não é cloreto de potássio puro, ele é uma mistura com cloreto de sódio, porque o gosto do potássio é muito azedo.
Trabalhos científicos mostram que uma maior ingestão de potássio, ao contrário do sódio protege contra a hipertensão.

Alimentos industrializados costumam ser ricos em sódio e pobres em potássio, enquanto que nas frutas e nos vegetais ocorre o oposto.

Mas existe um risco. O potássio em grandes quantidades pode ser letal. Tanto que nos países com pena de morte, o medicamento usado nas injeções letais é o próprio cloreto de potássio, obviamente em quantidades muito elevadas.

Em geral quem controla as concentrações de potássio no nosso sangue são os rins. Se ingerirmos mais potássio que o necessário, o excesso sai na urina.

O problema são os pacientes com doenças renais, que não conseguem controlar bem o potássio sanguíneo. Nesses, o KCl é contra-indicado. Pessoas com boa função dos rins não correm risco.

Como a hipertensão é causa de insuficiência renal, assim como, a insuficiência renal leva a hipertensão, não é incomum encontrarmos pacientes com as duas patologias ao mesmo tempo. Por isso, se você é hipertenso ou apresenta fator de risco para doença renal, dose sua creatinina antes de tomar suplementos que contenham potássio.

O ideal é cortar o sal da dieta, ingerir menos de 5 gramas por dia e associar a uma alimentação rica em frutas e verduras.


O sal light faz menos mal que o sal comum, mas ainda contém, mesmo que em menor quantidade, cloreto de sódio. O mais importante é uma reeducação do paladar para não sentir tanta falta do sabor salgado.
Apesar das diferenças individuais de sensibilidade à ingestão de sal, sabe-se que mesmo modestas reduções na quantidade de sal (evitar saleiro na mesa) são em geral eficientes em reduzir a pressão arterial.
De acordo com estudo feito pela Liga de Hipertensão Arterial da Facudade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, em 2014, a substituição do sal comum por sal light enriquecido com potássio foi eficiente para diminuir a Pressão arterial de hipertensos. Com isso, uma implementação de longo prazo dessa alteração pode ser interessante para reduzir a hipertensão na população, e até mesmo a mortalidade por doença cardio-vascular.

Nesse estudo também foi sugerido que os fabricantes de sal light criassem estratégias para que seu sabor não seja um fator limitante para o seu uso, visto que os benefícios de seu consumo foram evidentes nesse estudo.