A
demissão de ministros do governo Dilma Rousseff e a cassação do mandato
do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) provocarão uma
reconfiguração na Operação Lava Jato. Assim, a expectativa do juiz
federal Sérgio Moro de terminar até dezembro os processos na 1ª
instância, dita por ele a interlocutores, não deve se concretizar. Sem
direito a foro privilegiado, membros do primeiro escalão do governo da
petista investigados por envolvimento no esquema de corrupção na
Petrobras começam a ter seus inquéritos e ações penais redistribuídos
para varas estaduais.
Além do maior volume de casos que deve chegar a Curitiba, na 13ª
Vara, haverá uma distribuição das apurações da Lava Jato para outros
Estados. Além de Curitiba e Brasília, há braços das apurações em São
Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul e Pernambuco.
Na prática, os casos que envolvam peemedebistas investigados
abrigados no governo Michel Temer devem se concentrar em Brasília, na
Procuradoria-Geral da República, que tem competência para processar
pessoas com foro especial. Processos e inquéritos que envolvem líderes
do PT devem sair do Supremo Tribunal Federal e irem para a Justiça
Federal no Paraná e em outros Estados.
Recentemente, por exemplo, o ministro Teori Zavascki, relator no STF,
decidiu que as investigações sobre o ex-ministro da Comunicação Social
Edinho Silva, citado na delação de Delcídio, não tinham relação com o
esquema na Petrobras e mandou o processo para a Justiça do Distrito
Federal. O ex-ministro, no entanto, é alvo de outro inquérito no
Supremo, por causa da delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC.
Edinho nega irregularidades.
Caberá a Teori avaliar ainda se as investigações que atingem o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ex-ministros de Dilma, como
Jaques Wagner, Aloizio Mercadante, José Eduardo Cardozo e Ricardo
Berzoini, devem continuar no STF ou se passarão para a 1ª instância.
Lula, cuja nomeação foi barrada pela Corte, busca manter o foro
privilegiado.
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