A
ex-ministra Marina Silva (Rede) afirmou que as recentes revelações com
base em gravações feitas pelo presidente da Transpetro Sérgio Machado
mostram que PT e PMDB “convergem” no esforço de enfraquecer a Operação
Lava Jato.
Em entrevista concedida ontem na capital gaúcha, ela também voltou a
defender a cassação da chapa da presidente da República afastada, Dilma
Rousseff, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por entender que há
elementos trazidos pela própria Lava Jato que indicam que a eleição de
2014 “foi fraudada” pelo uso de dinheiro oriundo do esquema de corrupção
em contratos da Petrobrás.
Embora defenda novas eleições, Marina disse que “ainda não sabe” se
concorrerá à Presidência pela terceira vez. “As revelações feitas de
conversas de parte da cúpula do PT e agora de parte da cúpula do PMDB
demonstram que qualquer pessoa que tenha conhecimento mínimo do que está
ocorrendo da política brasileira sabe que o ponto em que eles (PT e
PMDB) se encontram e convergem na mesma profundidade, na mesma
proporção, é no arrefecimento da Lava Jato”, disse.
De acordo com Marina, o impeachment não pode ser classificado como
golpe porque está previsto na Constituição e porque, segundo ela, houve
crime de responsabilidade cometido por Dilma. “Mais de R$ 60 bilhões
foram usados em operações de crédito sem autorização do Congresso, sem
que nós tivéssemos lastro necessário para essas operações”, relatou.
Para a fundadora da Rede Sustentabilidade, no entanto, embora seja um
processo legal o impeachment não alcança a finalidade desejada de
“passar o Brasil a limpo”, uma vez que mantém o PMDB no poder, na figura
do agora presidente em exercício Michel Temer. “As cúpulas desses
partidos indicaram juntas as diretorias da Petrobrás. Havia uma
coordenação para a distribuição dos recursos da propina, e esses
segmentos estavam operando politicamente para o enfraquecimento da Lava
Jato.”
Fonte: (AE)
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