A cada caso que surge é aberta uma sindicância para se descobrir a origem, já que não há foco do vetor na cidade
Pedra Branca. Esta cidade, localizada no Sertão
Central do Estado, distante 261Km de Fortaleza, é um caso a parte no
combate à dengue no Ceará. Há 15 anos o município não registra nenhum
caso da doença que tenha sido contraído dentro da cidade. Os poucos que
surgiram, foram importados, ou seja, contraídos por moradores em cidades
vizinhas.
Segundo o coordenador da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) no Ceará,
Fernando Carneiro, desde 2001, foram registrados apenas 47 casos de
dengue no Município, uma média de três casos por ano, um a cada quatro
meses.
Artigo
Os dados completos estão em um artigo científico que a Fiocruz lança
hoje na revista online Visa em Debate. "Não é uma pesquisa sistemática,
são dados coletados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas os números de
lá são os menores dos últimos 15 anos", afirmou.
Fernando antecipou que o órgão já está fazendo mapeando outras cidades
com baixo índice de infestação para outra pesquisa. "Outras cidades,
como Cedro e Jaguaribe, têm nos chamado atenção. Mas é preciso de mais
pesquisas para comprovar e isso vai exigir realmente um certo tempo",
completou.
A pesquisa é divulgada após o Município contabilizar sua primeira
notificação desde o início deste ano. A informação foi confirmada por
meio do último boletim epidemiológico, divulgado na sexta-feira (27),
pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
O registro foi no bairro Santa Maria. O coordenador de endemias da
cidade, Donizete Alves, abriu uma sindicância para apurar o caso e
descobriu que a doença foi importada de Quixadá por um adolescente de 13
anos. "Ele teria viajado com a mãe ao Município que vive um surto de
dengue, e voltou de lá com a doença", disse Donizete. O coordenador
esclareceu que nem mesmo nas "armadilhas" montadas pelos agentes para
atrair o mosquito a pôr os ovos, espalhadas pelo bairro onde o garoto
mora, foram encontrados focos de reprodução. "Também fizemos uma
vistoria nas casas próximas num raio de até 100 metros para encontrar
focos, mas felizmente não detectamos nada" esclareceu o coordenador.
A secretária de saúde de Pedra Branca, Ana Paula Vieira, também
ponderou a questão. "Nós trabalhamos diariamente para não dar brecha pro
mosquito. Mas existe uma movimentação intensa e diária na cidade, de
gente que trabalha fora, de estudantes, enfim, acredito que essa possa
ter sido a razão".
No Estado
Em todo o Estado do Ceará, já foram notificados 42.983 casos da doença,
de acordo com o último boletim da Sesa. Destes, 31.229 (72,6%) são
considerados como prováveis, o que representa mais de 72% do número
total, e outros 9.220 (29,5%) já foram confirmados.
Fonte: Diário do Nordeste DN
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