Investigado
por tráfico de influência, Taiguara é sobrinho da primeira mulher de
Lula, já falecida, que tem negócios nebulosos com a Odebrecht.
A
Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira (20) quatro mandados judiciais
de busca e apreensão e dois de condução coercitiva de pessoas ligadas
ao ex-presidente Lula, entre as quais seu sobrinho Taiguara Rodriges dos
Santos, no âmbito da Operação Janus, que investiga um esquema de
tráfico de influência. Lula não é objeto desses mandados. Agentes da PF
levam para depor, sob vara, investigados nas cidades de Santos e São
Paulo.
O objetivo da investigação é verificar se
contratos da Odebrecht com uma empresa do ramo de construção civil em
nome de parentes de um ex-agente público foram utilizados para o
pagamento de vantagens indevidas. A investigação começou com o envio
para a PF de um Procedimento de Investigação Criminal do Ministério
Público Federal que pretendia investigar se a construtora Odebrecht
teria, entre os anos de 2011 e 2014, pago propina em troca de
facilidades na obtenção de empréstimos de interesse da multinacional
junto ao BNDES.
Taiguara Rodrigues
dos Santos, na verdade é sobrinho da primeira mulher de Lula, já
falecida. Em depoimento à CPI do BNDES, sufocada pelo Palácio do
Planalto no governo Dilma Rousseff, Taiguara confessou que sua empresa, Exergia
Brasil, recebeu entre US$ 1,8 milhão e US$ 2 milhões por "serviços
prestados" à construtora Odebrecht, na obra de ampliação da hidrelétrica
de Cambambe, em Angola. A Odebrecht també é algo da Operação Janus.
Outra operação da PF de olho em alvos
ligados a Lula é a Zelotes, que investiga pagamento de quantias
milionártias a um dos seus filhos, Luiz Cláudio, no esquema de compra e
venda de medidas provisórias que beneficiaram montadoras de automóveis.
As medidas cumpridas nesta sexta-feira
(20) têm como meta esclarecer quais razões para a Odebrecht ter
celebrado contratos, entre 2012 e 2015, com uma empresa de construção
civil de pequeno porte com sede em Santos/SP para a realização de obras
complexas em Angola. De acordo com a investigação, apenas por seus
serviços nas obras de reforma do complexo hidrelétrico de Cambambe, a
empresa recebeu R$ 3,5 milhões. A obra recebeu do BNDES financiamento
que totalizava US$ 464 milhões.
O nome da operação é uma referência ao Deus romano Janus (ou Jano). A
menção à divindade latina de duas faces, que olha ao mesmo tempo para o
passado e para o futuro.
Fonte: Diário do Poder
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