Na mira.
Investigações envolvendo o ex-presidente Lula foram remetidas de volta
ao juiz Sergio Moro, que coordena a operação Lava Jato
Após a decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal
(STF), de devolver as investigações contra o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva para a 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), aliados temem
que o juiz Sergio Moro decrete a prisão do líder petista.
Uma pessoa próxima de Lula, que tem participado das discussões sobre sua estratégia de defesa, afirmou ao jornal “O Globo” que o risco de prisão existe por causa da forma de atuação do juiz federal. “Sergio Moro não tem muito apego a regras e normas processuais. É um sujeito arbitrário. Então não só o ex-presidente Lula, como qualquer outro investigado, está sujeito ao padrão que o Sergio Moro e a força-tarefa inauguraram com essa operação Lava Jato. O método dele é prender”, desabafou o aliado.
Apesar do temor, a decisão de uma possível prisão não deve sair nos próximos dias. Juristas ouvidos por O TEMPO avaliam que o Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba ainda precisará analisar os autos remetidos pelo STF antes de decidir pelo oferecimento de denúncia – bem como pelo pedido de prisão – à Justiça Federal.
“É preciso um novo pedido do Ministério Público Federal em Curitiba,
porque o Ministério Público Estadual de São Paulo (que já havia
requisitado a prisão anteriormente) não é competente para fazer o pedido
perante a Justiça Federal”, explica o professor de direito Ivar
Hartmann, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro. “Cabe
agora ao MPF de Curitiba avaliar (o processo)”.
Professor de direito penal da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em
São Paulo, Humberto Fabretti concorda: “Os promotores de São Paulo não
têm atribuição em Curitiba, primeiro, por uma questão territorial e,
segundo, porque trata-se de uma Justiça diferente, a federal. Então, o
que acontece é que esse processo desce para a vara do Sergio Moro, e os
procuradores do MPF vão receber os documentos e os depoimentos e, se
entenderem que é o caso, fazem novo pedido de prisão”.
Para Fabretti, a questão, agora, não depende de Moro, mas do MPF. “Vai
depender de o Ministério Público analisar se há elementos suficientes
para o processo criminal ou se acha que não. Se entender que houve crime
e é o caso de processar, oferece denúncia, e Moro analisa se dá o
seguimento”.
Ainda assim, para alguns petistas, a Lava Jato tem o objetivo de tirar
Lula da disputa eleitoral de 2018 e, por isso, Moro teria a intenção de
condená-lo rapidamente.
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que tem participado de
reuniões com os advogados de Lula, não acredita que exista risco de
prisão. “Acho muito frágeis as acusações contra o Lula. Não tem nenhum
delator que tenha dito até agora que o Lula pediu dinheiro”, diz
Teixeira, para quem a eventual decretação seria uma medida “abusiva”.
(Com agências)
Moro recebeu três inquéritos sobre petista
Foram remetidos ao juiz Sergio Moro três inquéritos, que apuram suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro em pagamentos à empresa de palestras de Lula e de corrupção e ocultação de patrimônio nos casos do sítio de Atibaia e do triplex do Guarujá, que seriam de uso do petista.
Foram remetidos ao juiz Sergio Moro três inquéritos, que apuram suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro em pagamentos à empresa de palestras de Lula e de corrupção e ocultação de patrimônio nos casos do sítio de Atibaia e do triplex do Guarujá, que seriam de uso do petista.
O ex-presidente continua respondendo ao STF em inquéritos que envolvem
autoridades com prerrogativa de foro – há suspeita de tentar obstruir as
investigações da Lava Jato e de participação na quadrilha que teria
loteado a Petrobras. (LM com agências)
Luiza Muzzi
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