Mais de 20 homens armados invadiram o Hospital Souza Aguiar, mataram filho de oficial da Marinha e resgataram bandido. Alerta sobre operação foi dado na quinta, mas não houve reforço no policiamento
No cerco, acabou baleado na cabeça e levado para o hospital. Na
quinta-feira passada, a Polícia Civil avisou ao Centro Integrado de
Comando e Controle (CICC) da secretaria de segurança pública que havia
um plano para resgatar o traficante. Nada foi feito. Na noite passada, o
preço da omissão foi trágico. Ronaldo Luiz Marriel de Souza, filho de
um oficial da Marinha que estava na unidade esperando atendimento
morreu, e um PM e um enfermeiro foram baleados.
Dois policiais militares apenas faziam a escolta do bandido. O alerta
dado pela Polícia Civil foi emitido pouco depois das 20 horas da última
quinta-feira, dia 15, como 'informação A1', que na classificação de
órgãos de segurança significa de 'alto nível de credibilidade'. De
acordo com mensagens trocadas em grupos de policiais, às quais o site de
Veja teve acesso, além do CICC, o aviso de que o plano de resgate
estava sendo estudado partiu da Dcod e também foi repassado ao Cecopol
(Centro de Comunicações e Operações Policiais) e à Assinpol (Serviço de
Inteligência da Polícia Civil). Em seguida, a informação foi para a
Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da secretaria de Segurança e para
a cúpula da Polícia Militar, que é a responsável pela custódia de
criminosos hospitalizados.
Segundo testemunhas, os bandidos chegaram em pelo menos quatro carros
por volta das 3h e renderam o dono de uma barraca de doces. Ele foi
feito de escudo humano. Logo que invadiram o hospital atirando e
arremessando granadas, os criminosos foram em direção ao sexto andar,
onde Fat Family estava internado. Com uma enfermeira feita de refém,
eles chegaram à sala onde o traficante estava internado. Para se ter
ideia da falta de controle sobre quem o visitava, várias fotos feitas
com telefones celulares de visitantes começaram a pipocar nas redes
sociais nos últimos dias.
Os bandidos deixaram um rastro de violência no hospital de referência
no atendimento de emergência da cidade que vai ser a sede da Olimpíada
daqui a 45 dias. Detalhe: a unidade fica a cerca de um quilômetro do
Batalhão de Choque da PM e da sede da Polícia Civil, e a 500 metros do
prédio da secretaria de segurança, onde trabalha diariamente o
secretário José Mariano Beltrame.
Fonte: Veja.com
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