Articulação prevê ainda a discussão de um nome para disputar a sucessão do peemedebista (Foto: Antonio Augusto)
Partidos da antiga oposição à presidente afastada Dilma Rousseff,
PSDB, DEM e PPS começaram a negociar uma união com os antigos
adversários PT, PCdoB e Rede por um objetivo comum: afastar, por
definitivo, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara e realizar
novas eleições na Casa. A articulação prevê ainda a discussão de um nome
para disputar a sucessão do peemedebista contra o candidato apoiado por
Cunha e que sairá do Centrão, grupo de 13 partidos comandado por PP,
PR, PSD e PTB.
O diálogo entre os dois grupos foi aberto nesta quarta-feira, 8. Como
revelou a Coluna do Estadão, foram discutidas alternativas para
provocar a realização de novas eleições internas. No encontro, a antiga
oposição cobrou apoio dos petistas ao projeto que declara vago o cargo
de presidente da Câmara.
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De autoria do deputado Roberto Freire (PPS-SP), se aprovado, forçaria
a realização de nova eleição, acabando com a presidência interina do
deputado Waldir Maranhão (PP-MA). O maranhense assumiu o comando da Casa
no início de maio, após o Supremo Tribunal Federal afastar Cunha.
Para aprovar o projeto, precisam de assinaturas de líderes que
representem 257 deputados. Até agora, contudo, apenas PSDB, DEM, PPS e
PSB apoiam a proposta. Juntos, os quatro partidos têm 119 parlamentares.
A nova oposição – PT, PC do B, PDT e o deputado Silvio Costa (PT do
B-PE) – soma 90 parlamentares.
‘Dúvida’
O PT, por ora, se recusa a assinar o pedido. “Tenho muita dúvida da
real intenção deles”, afirmou o líder do partido, Afonso Florence (BA).
Ele disse desconfiar de que a antiga oposição quer aprovar o projeto em
um acordo para tirar Cunha da presidência da Câmara, mas o preservando
do processo de cassação que tramita no Conselho de Ética da Casa.
A avaliação no PT e nos outros partidos adversários de Temer é que,
por enquanto, pode ser mais favorável lidar com o presidente interino da
Câmara. Embora seja aliado de Cunha e do Centrão, Maranhão votou contra
o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e é próximo de
deputados do PT, PCdoB e PDT, além de ser aliado do governador do
Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
A antiga oposição não aceita Maranhão. “O que está em questão é a
normalidade da Casa. Não dá para Waldir Maranhão presidir”, afirmou o
líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA). O tucano nega acordo para salvar
Cunha. “A cassação de Cunha é consequência e, caso venha para o
plenário, será inevitável”, disse.
Embora tenham tido divergências na primeira conversa, os dois grupos
vão continuar as articulações. Nova reunião está marcada para a próxima
semana. (AE)
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