Fosfoetanolamina teve desempenho desanimador contra doença localizada no pâncreas e pulmão, além de melanomas
Pesquisas encomendadas pelo governo federal com a "pílula do câncer" vão continuar
A fosfoetanolamina, conhecida como "pílula do
câncer", teve mais um resultado negativo na série de testes encomendada
pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O trabalho, divulgado
nesta sexta-feira (17), mostrou que a substância não é capaz de
combater câncer de pâncreas e melanomas nem em alta concentração. O
composto também mostrou desempenho desanimador em células de câncer de
pulmão.
Feito com fosfoetanolamina produzida pela Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), trata-se do sétimo estudo com resultados
pouco animadores sobre o potencial da substância no tratamento do
câncer. A reportagem apurou que o resultado foi considerado tão
desanimador que, em reunião realizada com o grupo de especialistas no
MCTI, foi sugerida até a interrupção dos trabalhos.
A proposta, no entanto, não foi aceita. Parte dos
integrantes do grupo considera necessária a realização de outros estudos
para indicar se a fosfoetanolamina tem de fato algum tipo de ação no
organismo. "Pode haver até uma ação anti-inflamatória ou analgésica. Mas
os trabalhos mostram que, para os tipos de câncer avaliados até agora,
ela não é eficaz", afirmou um integrante do comitê, sob condição de
anonimato.
Diretor-geral do Instituto de Câncer do
Estado de São Paulo, o oncologista Paulo Hoff afirma que o resultado,
por si só, não é suficiente para interromper os estudos. "Temos de
construir um prédio, estamos ainda nos alicerces", avaliou.
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Sem
milagres. Hoff reconheceu, no entanto, que os resultados até agora
reunidos indicam que o produto não é milagroso como alguns pacientes
avaliavam ser. "O debate sobre essa substância é ainda muito carregado
de emoções. Precisamos dar um passo atrás e observar que estudos
pré-clínicos, laboratoriais, em animais, apresentam limitações",
completou.
Consultados, Ministério da Saúde e MCTI
afirmaram que pesquisas com a "pílula do câncer" vão continuar e os
resultados obtidos até o momento são iniciais. O governo federal não é o
único a fazer pesquisas.
Hoff, por exemplo, deverá conduzir uma
avaliação, um misto de exames fase 1 e fase 2, para avaliar o impacto da
substância em pacientes com câncer. O trabalho será com um número
pequeno de voluntários. "O grupo já está formado", contou. A pesquisa
aguarda apenas a chegada da fosfoetanolamina, sintetizada pelo
laboratório PDT Pharma. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
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