Ex-presidente
foi denunciado pela Procuradoria-geral da república após o senador
cassado acusá-lo de pagar pelo silêncio e evitar a delação premiada do
ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao ministro
Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal
Federal (STF), para que o pedido de denúncia contra o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e o senador cassado Delcídio Amaral (sem
partdio-MS) seja remetido ao juiz Sérgio Moro, na primeira instância.
O processo também inclui o ex-assessor de Delcídio, Diogo Ferreira, o
advogado Edson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai, seu filho,
Maurício Bumlai, e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.Na
denúncia, Delcídio era a única pessoa com foro privilegiado e segurava
todos os demais no STF. Como ele foi cassado, perdeu a prerrogativa.
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A remessa dos autos terá, agora, que ser autorizada pelo ministro
Teori Zavascki. O caso já estava sob sua apreciação antes mesmo da
formulação do pedido de Janot. A força-tarefa da Lava Jato estava
cobrando o ministro do STF sobre os inquéritosdo ex-presidente. Não há
prazo, no entanto, para que o ministro decida sobre o assunto.
A denúncia contra o ex-presidente foi feita no inquérito que
investiga se houve uma trama para comprar o silêncio e evitar a delação
premiada do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. Lula foi apontado
por Delcídio como o mandante do pagamento de mesada a Cerveró para
evitar que ele falasse sobre um esquema de compras de sondas
superfaturadas pela Petrobrás envolvendo Bumlai, amigo pessoal do
ex-presidente.
A tentativa de comprar o silêncio de Cerveró resultou na prisão de
Delcídio e na sua posterior cassação pelo Conselho de Ética do Senado.
Esteves, Ribeiro e Ferreira também acabaram na cadeia por causa do
episódio, cuja principal prova foi uma gravação feita pelo filho de
Cerveró, Bernardo.
Numa conversa registrada por Bernardo em outubro, Delcídio e Ferreira
cogitam enviar Cerveró para Espanha, via Paraguai, e afirmam que
Esteves daria suporte financeiro de R$ 50 mil mensais à família do
ex-diretor da Petrobrás. O banqueiro não participa da conversa, mas
teria tido acesos a trechos do acordo delação de Cerveró que, na época,
ainda estava em negociação.
Outras investigações. Os demais inquéritos contra
Lula e Delcídio no Supremo envolvem pessoas com foro, o que faz com que
os processos permaneçam nas mãos de Teori. O ex-presidente, por exemplo,
também é alvo de um pedido de inquérito ao lado da presidente Dilma
Rousseff por tentativa de obstruir a Justiça. Mesmo que o Senado decida
afastá-la do cargo nesta quarta, ela mantém o foro privilegiado até a
conclusão da análise do impeachment no Congresso.
Janot também pediu a Teori para incluir Lula no inquérito mãe da
Operação Lava Jato conhecido como “quadrilhão”. Nesse processo, há
diversos políticos com foro, como o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL).
Está no Supremo também a investigação sobre o sítio em Atibaia e no
tríplex no Guarujá, imóveis que seriam usados por Lula. Em março, Teori
determinou que Moro encaminhasse os processos que envolviam o petista ao
STF, por conta do episódio envolvendo a divulgação dos telefonemas
entre Dilma e Lula. (AE)
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