São 13,5 milhões de toneladas a menos em relação a 2015.
Se concretizada a estimativa, será a maior queda em volume desde 1990.
Participação das macrorregiões na safra de 2016 (Foto: Reprodução/IBGE)
A safra brasileira de grãos deve recuar 6,5% este ano em relação a
2015, para 195,9 milhões de toneladas, estimou o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (7).
Se concretizada a estimativa, será a maior queda de previsão de safra,
em volume, desde 1990, quando a queda havia sido de 15,9 milhões. Neste
ano, a previsão é de 13,5 milhões de toneladas a menos em relação a
2015, quando atingiu 209,4 milhões de toneladas, segundo Carlos Antonio
Barradas, gerente de agropecuária do IBGE.
(O IBGE
havia informado que era a maior queda de previsão de safra desde 1975, e
corrigiu posteriormente durante a entrevista coletiva).
“Quando entrou o outono, a gente teve um 'plus' a mais de produção do
milho no ano passado. Neste ano, com a soja, no final do ciclo,
começaram os problemas de clima. Houve falta de chuva no Centro-Oeste,
Goiás, Mato Grosso e na região do Maranhão, Tocantins e Bahia. O que
derrubou a safra deste ano é exatamente a falta de chuva na região de
Cerrado nesses estados”, explicou Mauro Andre Andreazzi, gerente de
agropecuária.
O gerente explicou que em Mato Grosso a previsão da safra de sorgo,
milho e soja é 3,6 milhões de toneladas menor do que a de 2015, enquanto
em Goiás é menor em 1,6 milhão. Na Bahia, a queda da safra prevista é
de 1,5 milhão, e em Minas Gerais, de 1,4 milhão.
“O problema todo começou em fevereiro, a restrição de chuva, e
continuou em março e abril. Esta já é a terceira queda seguida”,
explicou Carlos Antônio Barradas, que acrescentou ainda que as safras
mais afetadas são as de milho e soja, cujos volumes são maiores em
termos globais.
A estimativa da área a ser colhida é de 57,7 milhões de hectares,
informou o IBGE. Isso corresponde a um acréscimo de 0,2% em comparação
com a área colhida em 2015. O arroz, o milho e a soja foram apontados
pelo IBGE como os três principais produtos que, somados, representam
92,5% da estimativa de produção e 87,4% da área a ser colhida.
“O rendimento caiu muito. Aumentou a área, mas a produção reduziu. E
isso tudo por causa da estiagem”, completou. Em relação ao arroz, no
entanto, o excesso de chuva no Rio Grande do Sul que afetou a safra.
"Se
chove na época de colheita, a produção cai. Dificulta a entrada de
máquina, a qualidade fica ruim".
Em comparação com a estimativa feita em abril, a queda da previsão da
safra foi de 4,6% ou 9,5 milhões de toneladas a menos. O IBGE destacou
nas estimativas de produção: trigo (13,2%), algodão herbáceo (2,3%),
café arábica (1,2%), soja (-1,7%), arroz (-4,3%), milho 1ª safra
(-6,6%), café canephora (-7,4%), milho 2ª safra (-11,1%) e sorgo
(-15,1%).
Em 2016, pela primeira vez desde 2012 a soja não terá safra recorde, diz IBGE (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)
Redução na soja
De acordo com o gerente, em 2016 o Brasil não vai ter safra recorde de
soja pela primeira vez desde 2012. A redução de 1,6% no rendimento
médio, "em decorrência de longas estiagens enfrentadas em diversos
estados brasileiros, foi o principal fator a influenciar essa redução",
informou o IBGE.
Estoques
A capacidade de armazenagem agrícola ficou em 166,1 milhões de
toneladas no segundo semestre de 2015, informou o IBGE. Houve um
acréscimo de 0,8% no número de estabelecimentos ativos, passando para
7.918 no período. De acordo com o instituto, a região Centro-Oeste foi a
que mais aumentou o número de estabelecimentos ativos, 3,7%, a região
Nordeste teve a maior queda, ou 1,2%.
Ainda de acordo com o IBGE, a soja foi o único produto que aumentou o
volume estocado. O crescimento foi em 2,6%. No entanto, o milho em grão
foi o que se destacou com o maior volume estocado, 10,1 milhões de
toneladas, apesar da queda ter sido 9,5% menor do que o observado em 31
de dezembro de 2014. O instituto afirmou que “esta redução do volume
estocado está diretamente relacionada ao aumento das exportações”.
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