Defesa
da presidente afirmou que vai recorrer da decisão de Raimundo Lira,
presidente do colegiado, no STF (Foto: Lula Marques/Ag. PT)
O presidente da Comissão Especial do Impeachment, senador Raimundo
Lira (PMDB-PB), acatou questão de ordem que encurta o cronograma do
processo na Casa. A decisão, que reduz o prazo para considerações finais
de 30 para 10 dias, gerou um princípio de tumulto no colegiado. Com a
mudança, a votação no plenário deve ocorrer no dia 12 de julho, e não no
início de agosto como estava previsto. Depois da apreciação do parecer
no plenário, o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, tem até 10
dias para convocar o julgamento final, que deve acontecer ainda em
julho.
Seguindo o planejamento original do relator Antonio Anastasia
(PSDB-MG), que se baseou no rito do impeachment do ex-presidente
Fernando Collor, o período para as considerações finais da acuação seria
entre 21 de junho a 5 de julho. Com a alteração, esse prazo será
encerrado no dia 25 de junho. Já a defesa, que se pronunciaria entre os
dias 6 e 21 de julho, fará as considerações entre 26 e 30 de junho.
A questão de ordem foi formulada pela senadora Simone Tebet
(PMDB-MS), que alegou que na época do impeachment de Collor não havia
uma legislação específica para delimitar prazos para considerações
finais. Tebet se baseou em uma modificação da lei, em 2008, que incluiu
um dispositivo que prevê as alegações finais escritas com prazo
sucessivo de cinco dias para acusação e defesa, respectivamente.
O ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, questionou a
decisão, afirmando que vai recorrer ao presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Para ele, o enxugamento de prazos é
uma modificação "perversa" que configura em "violação do direito de
defesa". Ele chegou a sugerir uma reunião com o presidente do STF para
buscar um acordo, o que não foi aceito pelo colegiado.
Em meio a um bate-boca entre os parlamentares, o senador Lindbergh
Farias (PT-RJ) criticou o presidente do colegiado, sugerindo que haveria
uma interferência do presidente Michel Temer. "Vossa Excelência rasgou
toda a discussão que estávamos fazendo. O que está havendo aqui é uma
pressão desse presidente interino, que já perdeu dois ministros, que
está fazendo pressão sobre essa comissão. É insegurança desse presidente
biônico."
"Não encontrei uma saída para negar a questão de ordem. Ficaria muito
confortável se essa decisão fosse decidida pela instância máxima que é o
STF. Ficaria extremamente tranquilo. Não estou sendo pressionado por
ninguém, não aceito nenhum tipo de pressão, não vou desonrar minha
história, minha vida, aqueles que convivem comigo sabem que não aceito
pressão para fazer aquilo que não acho certo", respondeu Lira.
Fonte: (AE)
Confira o novo calendário:
1/6: Entrega da defesa prévia da presidente
2/6: Parecer sobre provas e diligências, discussão e votação
6 a 17/6: Testemunhas, perícia e juntada de documentos
20/6: Interrogatório da presidente
21 a 25/6: Alegações escritas dos autores do impeachment
26 a 30/6: Alegações escritas da defesa da presidente
4/7: Apresentação do parecer do relator na comissão
5/7: Discussão do relatório
6/7: Votação do relatório na comissão
7/7: Leitura do parecer em plenário
12 ou 13/7: Votação da pronúncia no plenário do Senado
25/7: Caso a pronúncia seja aprovada, e todos os prazos cumpridos,
essa é a data máxima para realizar o julgamento da presidente
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