Presidente voltou a negar interferência do governo na cassação de Cunha. Foto: Lula Marques
"Meu governo não é uma ação de amigos." Foi com essa frase que o
presidente em exercício Michel Temer negou interferências do governo no
processo de cassação do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), de acordo com o líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney
Avelino (AM).
O parlamentar amazonense se reuniu com Temer na manhã desta
quinta-feira, 9, ao lado dos líderes do PSDB, deputado Antonio Imbassahy
(BA), do PSB, Paulo Foletto (ES), e do vice-líder do PPS, Arnaldo Jordy
(PA). O encontro aconteceu no Palácio do Planalto e foi solicitado
pelos líderes da antiga oposição.
"Ele disse que não há qualquer interferência do governo na questão
Cunha com o Legislativo. Disse que o governo dele não é uma ação entre
amigos", afirmou Pauderney em entrevista após o encontro. Segundo o
líder do DEM, Temer disse que a Câmara vai decidir seu destino sem
interferência do Palácio do Planalto.
Mais cedo, o líder do PSB na Câmara, deputado Paulo Foletto, também
foi na mesma linha de Pauderney. "Ele disse que não ia se meter. Ele
deixou claríssimo que a Câmara tem tamanho e autoridade para resolver
isso", afirmou Foletto aoBroadcast Político.
Nos últimos dias, opositores de Cunha acusam o Planalto de atuar
sobre o PRB, que possui cargos na Esplanada dos Ministérios, para
convencer a deputada Tia Eron (PRB-BA) a votar a favor do peemedebista
no Conselho de Ética. O voto dela é considerado decisivo para aprovar a
cassação de Cunha.
Além de favoráveis a cassação do mandato do presidente afastado da
Câmara, PSB, DEM, PSDB e PPS querem apoio de Temer para aprovar o regime
de urgência para projeto de Resolução que declara vago o cargo de
presidente da Câmara. A proposta é de autoria do deputado Roberto Freire
(SP), presidente nacional do PPS.
Para que o requerimento de urgência da proposta seja apresentado, os
partidos precisam de assinaturas de líderes que representem 171
deputados. Até o momento, porém, apenas os líderes dos quatro partidos
assinaram. PT, PMDB e partidos do Centrão, aliados de Cunha, resistem a
apoiar a proposta.
Conselho de Ética
O líder do DEM também anunciou a troca de membros suplentes do
partido no Conselho de Ética. O deputado Mandetta (MS) substituirá Onyx
Lorenzoni (RS), que viajará em missão oficial. Segundo Pauderney, a
troca não alterará votos no caso Cunha, pois Mandetta também é favorável
à cassação do peemedebista.
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