Apenas dois produtos alimentícios foram responsáveis por 60% da
inflação de junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O quilo do feijão-carioca ficou 41,78% mais caro em
junho, uma contribuição de 0,11 ponto porcentual para a taxa de 0,35%
apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no
mês. Já o litro do leite longa vida aumentou 10,16%, um impacto de 0,10
ponto porcentual.
"A resistência dos preços está nos alimentos, é na alimentação, que
depende do clima", explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de
Índices de Preços do IBGE. "O feijão-carioca é o mais consumido no País.
Não tem em outro lugar, não dá para importar. Tem se importado o feijão
preto", completou.
No caso do leite, os pecuaristas estão gastando mais com a ração para
o gado, por conta de problemas com o pasto e pela redução na safra
nacional de milho. Juntos, o feijão-carioca e o leite longa vida deram
uma contribuição de 0,21 ponto porcentual para o IPCA.
Outras altas relevantes em junho foram do feijão-mulatinho;
feijão-preto; feijão-fradinho; manteiga; chocolate em barra e bombom;
fubá de milho; alho; leite em pó; café moído e ovos.
"Os alimentos têm subido por conta de problemas climáticos, que têm
acontecido neste ano e (aconteceram) no fim do ano passado. Teve muita
chuva. No caso do feijão-carioca, o principal produtor é o Paraná. Tem
diminuído a oferta de feijão. É o prato típico do brasileiro, feijão com
arroz. A saca do feijão-carioca que nessa época ficava em torno de R$
120,00, este ano chegou a R$ 500,00, até R$ 600,00", disse Eulina.
Por outro lado, os produtos que tiveram reduções de preços mais
relevantes foram: cenoura, cebola, açaí, tomate, frutas, pescado óleo de
soja, açúcar refinado, frango inteiro, pão de forma e doces.
Fonte: Agência Estado (AE)
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