'Me fingi de morto', diz Policial sobrevivente do confronto com bandidos que resultou na morte três Companheiros.


Sargento Campos foi atingido por três tiros, sendo um de fuzil.
Policial não acredita em emboscada.

 

O sargento João Alves Campo um dos sobreviventes do tiroteio em que policiais morreram em Quixadá, conta que se fingiu de morto para sobreviver. “Quando caí no chão baleado fechei os olhos e me fingi de morto, fiquei assim até não escutar mais nenhum barulho, pois meu medo era que eles voltassem para me matar”, disse ao G1, nesta terça-feira (5).

Na quinta-feira (30), três policiais militares foram assassinados durante um tiroteio com criminosos na localidade de Juatama, zona rural no município de Quixadá. As vítimas foram o sargento Francisco Guanabara Filho, 50 anos, cabo Joel de Oliveira Pinto, 33, e soldado Antônio Lopes Miranda Filho, 33. Já o sargento Campos, 40 anos, foi socorrido e conseguiu sobreviver.

O sargento Campos recebeu alta na tarde desta segunda-feira (5), após quatro dias internados no Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, onde passou por cirurgias devido aos tiros que levou no braço direito, nas pernas, sendo um tiro de fuzil na perna esquerda, e um de raspão nas costas, que foi amortecido pelo uso do colete que usava no momento da ação. “Os médicos disseram que foi um milagre, pois o tiro de fuzil não atingiu o osso, nem a veia femoral, apenas a carne”, afirma. Ele foi recebido com alegria pela família e amigos (veja vídeo acima).

O policial está tomando medicamentos e fazendo fisioterapia para se recuperar, mas afirma que o mais difícil é conviver com a ausência dos companheiros de farda que morreram. "Tá sendo muito dolorido, pois eu não tinha uma equipe, eu tinha uma família”, disse, aos prantos.

De acordo com o sargento, na quinta-feira (30) ele estava de plantão junto com o soldado Antônio Filho, cabo Joel e soldado José Ribamar, quando receberam uma ocorrência envolvendo um carro Ônix que estava em confronto com policiais na localidade de Juatama. Enquanto se deslocavam para dar reforço aos policiais, encontraram com um segundo grupo que iniciou um tiroteio que culminou na morte das vítimas. “A gente foi por um outro caminho, em uma estrada de terra e jamais esperava bater de frente com outros bandidos”, conta.

Durante o confronto, a pistola do sargento falhou e ao tentar sair da viatura ele percebeu que estava baleado. “Dei uns cinco tiros e a pistola parou de funcionar, foi aí que tentei sair de dentro da viatura para poder me proteger, mas caí no chão”, disse.

Após esse momento, o sargento fechou os olhos e quando abriu viu os outros policiais feridos. “Foi horrível, vi Antônio Filho dando os últimos suspiros e Joel ferido tentando se levantar. Já o sargento Guanabara estava caído mais na frente e a viatura que ele vinha não estava mais no lugar”. O carro em que o sargento Guanabara chegou foi levado pelos suspeitos durante a fuga, junto com dois policiais reféns, sendo uma policial mulher.

Ferido, Campos pensou que não fosse sobreviver. “Comecei a pedir a Deus que a equipe espiritual me conduzisse e me ajudasse a salvar a vida dos meus companheiros”. Logo em seguida, um caminhão-pipa passou pelo local e ele pediu ajuda ao motorista, mas quando estavam saindo uma terceira viatura chegou ao local e o socorreu.

O policial não acredita que houve uma emboscada. “Acho que esse bando estava fugindo para algum lugar e acabou se deparando com a gente no meio do caminho, não acho que foi algo premeditado”.

Sargento Campos, que também é diretor da Associação dos Profissionais de Segurança do Ceará, afirma que a polícia trabalha em desvantagem com relação ao armamento dos bandidos. “Eu gostaria que as autoridades começassem a abrir os olhos, pois virou algo comum policiais morrerem em confrontos com bandos fortemente armados. Enquanto isso, trabalhamos com equipamento sucateado e efetivo inferior”.

Há 18 anos na polícia, a promoção para sargento aconteceu no dia 24 de dezembro do ano passado. Ele cobra que as autoridades tomem providências para que casos como esse não voltem a acontecer. “Hoje foram meus companheiros, amanhã pode ser qualquer um”, afirma.

Fonte: 
Lena Sena  Do G1 CE
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