Além dele, sua auxiliar de enfermagem também foi indiciada pela Polícia Civil e responderá pelo crime de estupro de vulnerável
Um clínico geral de 35 anos e sua auxiliar de enfermagem viraram réus na Justiça, segundo a Polícia Civil, acusados de envolvimento no estupro de seis mulheres durante procedimentos de endoscopia, em Governador Valadares, na região do Rio Doce. O médico, que foi preso temporariamente em junho deste ano, conseguiu uma habeas corpus e responde ao processo em liberdade.
O TEMPO conversou nesta quarta-feira (20) com a delegada Adeliana Xavier, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da cidade, que explicou que os dois inquéritos existentes contra os réus foram finalizados e entregues à polícia na segunda-feira (11) e na quinta-feira (14). "O primeiro inquérito é de 2014, quando recebemos a denúncia de três mulheres, entre elas mãe e filha, que relataram estar parcialmente sedadas durante o procedimento cirúrgico e terem visto o médico tentando introduzir o pênis em suas bocas", lembra a delegada.
style="display:block"
data-ad-client="ca-pub-1514761005057416"
data-ad-slot="5557803087"
data-ad-format="auto">
O caso foi investigado, porém, como não havia materialidade para o pedido de prisão, o médico continuou atuando normalmente na clínica de médicos associados em que trabalhava. Entretanto, em junho deste ano uma outra vítima, de 25 anos, voltou a procurar a polícia relatando ter sido estuprada pelo profissional. "Ela chegou em casa após a endoscopia e sentiu ardência em suas partes íntimas. Quando verificou, havia um ferimento na vagina. Só que ela era virgem. O laudo confirmou que houve lesão na genitália com ruptura da membrana do períneo, mas não tem como afirmar que foi provocada pelo pênis ou outro objeto", explica Adeliana.
Diante do relato de uma nova vítima, o médico acabou detido temporariamente no dia 17 de junho. Com a repercussão do caso na cidade, outra duas vítimas procuraram a delegacia. Uma delas disse ter presenciado o clínico geral fechando o zíper da calça quando recobrou a consciência e a outra relatou ter sido segurada pela auxiliar de enfermagem enquanto os dois a molestavam. "Esta última disse que eles chegaram a humilhá-la, fizeram até piada sobre o fato dela não ter se depilado para fazer o exame", conta a policial.
Médico conseguiu habeas corpus no STJ
O médico, formado em uma universidade do Rio de Janeiro, ficou preso por 18 dias, porém, ainda de acordo com Adeliana, os advogados de defesa conseguiram um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e agora ele responde ao processo em liberdade.
O profissional e a sua auxiliar responderão por estupro de vulnerável, já que as vítimas estavam sedadas durante os abusos, crime com pena prevista de 8 a 15 anos de reclusão. Uma cópia do inquérito foi encaminhada ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG).
Questionado se o médico réu sofreu alguma sanção, o conselho informou que somente pode informar ao público em geral as penalidades públicas já aplicadas aos médicos. "Denúncias ou procedimentos ainda em tramitação são sigilosos e não podem ser divulgados".
0 comentários:
Postar um comentário