Os
260 símbolos compostos por inúmeros tipos de formação, possuem cinco
formas básicas e são únicos, jamais sendo estudados anteriormente. Um
economista, chamado Dmitriy Dey, do Cazaquistão, avistou uma formação
estranha em 2007, por acaso, enquanto procurava pirâmides no território
de seu país, pelo Google Earth, inspirado por um documentário na TV.
Desde então, eles vêm sendo estudados.
Conhecidos
como Geoglifos da Estepe, a NASA demonstrou há algum tempo, que possui
interesse total na investigação das formações através de seus satélites,
revelando algumas imagens feitas por eles a 700 km de altura. “Eu nunca vi nada parecido com isso, é notável”,
afirmou Compton J. Tucker, um cientista da NASA, que forneceu as
imagens arquivadas. Para Ronald E. LaPorte, cientista da Universidade de
Pittsburgh, nos EUA, a ajuda da NASA é fundamental para apoiar novas
pesquisas. Ele ajudou a divulgar as descobertas.
Dey
compilou as imagens encontradas por ele em um arquivo de PowerPoint, e
agora a NASA anexou as novas imagens ao arquivo. Ele acredita que as
figuras eram “observatórios horizontais para acompanhar os movimentos do Sol nascente, e não figuras a serem vistas do ar”.
No
período cretáceo, ou seja, há 100 milhões de anos, a região de Turgai
era dividida em duas partes, por um estreito que cruzava o Mediterrâneo e
o Oceano Ártico, e suas terras eram procuradas por tribos para a caça.
Segundo a pesquisa de Dey, a cultura Mahandzhar (7.000 a.C a 5.000 a.C),
poderia estar ligada às figuras mais antigas, mas os cientistas
acreditam que uma população tipicamente nômade não deixaria rastros tão
sólidos e consideráveis.
De
acordo com Persis B. Clarkson, arqueólogo da Universidade de Winnipeg,
no Canadá, essas construções e outras similares no Peru e no Chile
mudaram as visões dos cientistas sobre os primeiros nômades. “A
ideia de que caçadores-coletores pudessem acumular o número de pessoas
necessárias para realizar projetos em grande escala, como a criação dos
geoglifos no Cazaquistão, tem feito os arqueólogos repensar
profundamente a natureza e o calendário das organizações sofisticadas em
grande escala dos seres humanos como algo que antecede as sociedades
assentadas e civilizadas”, disse ele.
Giedre
Motuzaite Matuzeviciute, arqueóloga da Universidade de Cambridge, no
Reino Unido, e professora da Universidade de Vilnius, na Lituânia,
acredita que as estruturas não possam ser chamadas de geoglifos, que é
um termo aplicado às linhas de Nazca, no Peru, que retratam animais e
plantas, pois o termo é usado para definir arte, não objetos funcionais.
Ela e os colegas descobriram que um dos montes era de 800 a.C, e os
mais antigos, de mais de 8 mil anos. Alguns se mostraram ser da Idade
Média.
Hoje, a lista de Dey apresenta 260 formações, e ele pretende construir uma base de operações. “Nós
não podemos desenterrar todos os montes. Isso seria contraproducente.
Precisamos de tecnologias modernas, como eles têm no Ocidente”, disse ele, referindo-se à ajuda da NASA.
A
equipe de pesquisa já pensou em utilizar drones para a investigação, da
mesma forma que o Ministério da Cultura no Peru tem feito para mapear e
proteger os geoglifos mais antigos. Porém, eles precisam ser rápidos,
pois a formação conhecida como Cruz Koga, por exemplo, já teve uma boa
parte destruída por construtores de estradas, no início do 2015, mesmo
após Dey ter avisado as autoridades sobre o local.
[ New York Times ] [ Fotos: Reprodução / NASA ]
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