Seis associações que representam
membros do Ministério Público divulgaram ontem nota de apoio ao
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e à força tarefa da
Operação Lava Jato. O texto é uma reação às declarações feitas no último
dia 23 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes,
que criticou vazamentos de informação da Lava Jato, disse que os
procuradores não podem se achar o “ó do borogodó” e que precisam calçar
“as sandálias da humildade”.
As entidades, que somam
18 mil membros, manifestam apoio aos “excepcionais esforços e trabalho”
de Janot e dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato e dizem que a
atuação do Ministério Público na operação “tem sido técnica, completa” e
avança “sempre em busca da elucidação dos fatos, sem escolher e sem
evitar o envolvimento de quem quer que seja”. O texto destaca que, com a
Lava Jato, o MP conseguiu levar à Justiça o “maior esquema de corrupção
já descoberto no País”.
“Neste caminho, interesses poderosos,
sem dúvida, são contrariados, paradigmas negativos são quebrados, e
soam no ar muitas vezes as injustiças contra os investigadores. À falta
de argumentos sólidos, são lançadas à Lava Jato e ao PGR diretivas vagas
e acusações vazias de pretensos abusos que raramente são especificados e
que não são confirmados por qualquer instância do Poder Judiciário”.
O
texto também questiona a acusação de vazamento de informações feita a
partir de reportagem da revista Veja, que revelou a suposta citação do
ministro do STF Dias Toffoli durante a negociação da delação premiada do
ex-presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro. Segundo os integrantes
do MP, ficou esclarecido que a informação publicada “sequer esteve em
poder do Ministério Público”, como afirmou Janot.
Defesa da ordem jurídica
“Que
este caso de conclusões apressadas e anteriores a qualquer investigação
fique como alerta para a opinião pública: o Ministério Público no caso
Lava Jato – do procurador-geral da República e equipe, aos procuradores
de Curitiba – jamais usaria ou usou de semelhantes e ilegais
expedientes”, diz a nota assinada pelos presidentes da Associação
Nacional dos Procuradores da República (ANPR), da Associação Nacional
dos Membros do Ministério Público (Conamp), do Conselho Nacional de
Procuradores-Gerais (CNPG), da Associação Nacional dos Procuradores do
Trabalho (ANPT), da Associação Nacional do Ministério Público Militar
(ANMPM) e da Associação do Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios (AMPDFT).
O trabalho do Ministério Público,
segundo os associados, permite que o País acredite ser possível vencer a
impunidade e tem como missão defender a ordem jurídica, a Constituição
Federal e o patrimônio público no país.
Mais cedo, a
Associação dos Magistrados Brasileiros também divulgou nota em resposta
às declarações de Gilmar Mendes sobre a Lava Jato e sobre o que o
ministro considera vantagens indevidas de alguns membros do Judiciário.
(Agência Brasil)
Saiba mais
Em nota ,
a AMB diz repudiar o que considera “ataques à magistratura”. “A
Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) repudia as declarações do
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, de que as
instituições do Poder Judiciário se aproveitam da autonomia
administrativa e financeira para fazer ‘seu pequeno assalto’”, diz o
texto. A AMB disse ainda que o Judiciário “vem sendo atacado e
desrespeitado por uma série de iniciativas que visam a enfraquecer a
magistratura”, e considerou “inadmissível” qualquer tipo de ataque que
venha de autoridades.
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