Dos 150 municípios brasileiros que
registraram a maior taxa de homicídios por arma de fogo, 20 são
cearenses. No levantamento, que inclui cidades com população superior a
10 mil habitantes, Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF),
aparece em quinto lugar no ranking nacional de assassinatos. A segunda
cidade do Ceará na lista é Quixeré, a 212 km de Fortaleza, que figura em
12º lugar. A Capital ficou na 23º posição.
Os dados
são referentes à média de crimes ocorridos entre 2012 e 2014 e levam em
conta a proporção de homicídios para cada 100 mil habitantes. Os números
constam no Mapa da Violência 2016: Homicídios por armas de fogo no
Brasil, divulgado hoje, que disponibiliza as estatísticas nacionais mais
recentes. O estudo revela que o Ceará é o segundo estado mais violento
do País.
Em números absolutos, o Estado registrou 3.792
assassinatos por arma de fogo em 2014, ocupando a segunda colocação no
ranking nacional liderado pela Bahia, com 4.441 casos. Considerando a
proporção por número de habitantes, o Estado se mantém na mesma posição,
com uma taxa de 42,9 mortes. A listagem é liderada por Alagoas, com
índice de 56,1. Sergipe aparece em terceiro lugar, com 41,2 casos. No
ano 2000, o Ceará ocupava a 19ª posição, com taxa de 9,4.
Fortaleza
Apesar
de ocupar o 23º lugar no ranking com população mínima delimitada, em
números absolutos, Fortaleza continua sendo a Capital mais violenta do
País. A Cidade concentrou um total de 2.026 homicídios em 2014, ficando à
frente de São Paulo, segundo lugar no ranking, com 1.181 casos.
A
Capital ocupa essa posição desde 2012, quando registrou 1.718
homicídios, superando Salvador, que teve 1.367. Já em 2013, houve 1.998
assassinatos na capital cearense e 1.268 em Salvador. Em 2014, após três
quedas consecutivas nas estatísticas de homicídios, a capital baiana
caiu para a terceira colocação, com 1.181 casos.
Mesmo
considerando a taxa de homicídios somente de 2014, Fortaleza também
lidera a lista, com 81,5 casos, seguida de Maceió, com 73,7. Numa
comparação com 2013, Fortaleza (80,1) subiu uma posição no ranking, cuja
liderança era ocupada por Maceió, com taxa de 84,6. Mesmas colocações
de 2012, quando Maceió e Fortaleza registraram taxas de 79,8 e 68,7,
respectivamente. Em 2004, Fortaleza ocupava a 19ª colocação, com taxa de
18,4.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública Pública e
Defesa Social (SSPDS) ressaltou que “os dados divulgados são antigos e
não refletem os atuais índices estatísticos de Fortaleza e do Ceará”. E
citou: “Em 2015, se comparado com 2014, o Estado registrou uma queda de
9,5% e Fortaleza, 17%, nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs),
que englobam homicídios, lesões corporais seguidas de morte e
latrocínios. Os sete primeiros meses de 2016 apresentaram redução de
12,2% nos casos de CVLIs, no Estado, já a Capital teve baixa de 37,6%,
se comparado com o mesmo período do ano passado”.
Saiba mais
Mortes por arma de fogo no Brasil
De
1980 até 2014, 967.851 pessoas morreram no Brasil vítimas de disparo
de arma de fogo. Levantamentos apontam que, até 2003, o total de
homicídios por armas de fogo subiu em média 8,1% ao ano no País. A
partir daí, os números caíram. O Estatuto e a Campanha do Desarmamento,
iniciados em 2004, são apontados como fatores que proporcionaram a
quebra no crescimento.
Violência por raça e gênero
O
estudo revelou que a violência contra negros aumentou entre 2003 e
2014. Nesse intervalo, enquanto as taxas de homicídios por armas de fogo
contra brancos caíram 27,1%, o assassinato de negros subiu 9,9%. A
possibilidade de um negro ser assassinado no País é 2,6 vezes maior que
um branco.
Das 3.792 vítimas de homicídios por arma de fogo no Ceará, 3.593 eram do sexo masculino (94,8%) e 199 do sexo feminino.
Números
2.026 foi o número de homicídios em Fortaleza em 2014, segundo a pesquisa
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Thiago Paiva
thiagopaiva@opovo.com.br
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