Vigiado pelo serviço secreto francês, marroquino foi visto perto do Norte do país
Terroristo. Rachid Rafaa (no detalhe) poderia ir rapidamente de Saint Georges (acima) ao Sul, via Macapá
Rio de Janeiro.
Agentes de várias forças de segurança – nacionais e estrangeiras –
fazem buscas na região Norte do país a um marroquino suspeito de ligação
com radicais islâmicos. O procurado é Rachid Rafaa, 40, que foi visto
pela última vez em Saint Georges, uma cidade com menos de 5.000
habitantes na Guiana Francesa separada por um rio do município de
Oiapoque, no Amapá.
A Polícia Civil do Estado recebeu um alerta
de investigadores franceses sobre a suposta periculosidade de Rachid,
que, em documentos, também usa os nomes de Said Kacini, Bruno Petit e
Richard Burel. O caso vem sendo acompanhado pela Agência Brasileira de
Inteligência (Abin) e pela Interpol.
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A polícia da França vem ajudando os serviços
de inteligência brasileiros a rastrear possíveis ameaças à segurança da
Olimpíada. Segundo o delegado Charles Corrêa, do Centro Integrado de
Operações em Segurança Pública (Ciosp) de Oiapoque, agentes das polícias
Civil, Federal, Rodoviária Federal e Militar fazem as buscas. Há a
suspeita de que Rachid tenha contatos com o Estado Islâmico. Fotografias
do procurado foram enviadas para postos da fronteira, aeroportos e
portos de todo o país.
“É algo de interesse nacional, e entramos em
alerta. Todas as polícias estão à procura do suspeito. Trata-se de uma
fronteira sensível, principalmente nesse momento em que a França é alvo
de ataques terroristas. Qualquer pessoa sai de Saint Georges e chega ao
Oiapoque cruzando o rio em cinco minutos, basta usar uma voadeira (canoa
com motor). Daqui, pega-se uma estrada de 600 km, com apenas um posto
da Polícia Rodoviária Federal, até o Macapá, de onde é possível viajar
para o Rio em um voo doméstico, que costuma ter fiscalização menos
rigorosa”, disse Corrêa.
Segundo ele, a região Norte precisa de
atenção constante. Temos, ao lado da Guiana Francesa, o Suriname, que
fornece armamento pesado. Há um fluxo grande de armas para o Brasil”.
Segundo informações obtidas pelo jornal “O
Globo”, o marroquino estava sendo monitorado pelo serviço secreto
francês há pelo menos dois anos. Ele vivia na Martinica, uma ilha
francesa no Caribe. No último dia 26, Rachid desapareceu do radar dos
agentes que o vigiavam.
Contatos em SP. De acordo
com investigadores, o suspeito vinha fazendo contato com uma dona de
casa de 41 anos que mora em São Paulo. Agentes revelaram que os dois
frequentemente trocam mensagens por uma rede social e também utilizam um
serviço de telefonia pela internet. A informação de que Rachid foi
visto em Saint Georges pôs em alerta agentes antiterror da Polícia
Federal, além de franceses e americanos que estão no Brasil colaborando
com a Abin no esquema de segurança dos Jogos.
Por meio de uma nota, a Abin destacou que não está confirmado que Rachid entrou no Brasil.
Histórico
Rachid Rafaa. Em 2009, o Marrocos
emitiu um mandado de prisão contra Rafaa por suspeita de terrorismo.
Ele foi detido na França, mas o tribunal de Direitos Humanos proibiu que
ele fosse extraditado.
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