O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encaminhou para o
Conselho de Ética da Casa representação contra o deputado Jean Wyllys
(PSOL-RJ), que deverá responder por ato atentatório ao decoro
parlamentar, nesta quinta-feira, 15.
O documento tem como base seis representações apresentadas na
Corregedoria da Casa após Wyllys cuspir na direção do deputado Jair
Bolsonaro (PSC-RJ) no dia da votação, em plenário, do processo de
impeachment da presidente afastada Dilma Rosseff. Entre as
representações estão duas de autoria do ator Alexandre Frota.
Em discurso realizado no dia da votação do impeachment na Casa,
Bolsonaro enalteceu o ex-chefe de um dos órgãos de repressão da ditadura
militar. “Na hora que fui votar esse canalha (Bolsonaro) decidiu me
insultar na saída e tentar agarrar meu braço. Ele ou alguém que
estivesse perto dele. Quando ouvi o insulto eu devolvi, cuspi na cara
dele que é o que ele merece”, explicou Willys, na ocasião.
A decisão de enviar o caso para o Conselho de Ética ocorreu em
reunião da Mesa Diretora realizada nesta quarta, 14. Na ocasião, a
maioria dos presentes votaram a favor da representação apresentada pelo
Corregedor da Câmara, Carlos Mannato (SD-ES), que pede a suspensão do
mandato por até 6 meses.
Durante a discussão do caso, Rodrigo Maia chegou a defender que fosse
dada apenas uma advertência escrita. A deputada Luiza Erundina
(PSOL-SP) também se colocou contra o envio da representação para o
Conselho. Ambos foram, contudo, votos vencidos. Se posicionaram a favor
os deputados Giacobo (PR-PR), Mara Gabrilli (PSDB-SP), Alex Canziani
(PTB-PR) e Mandetta (DEM-MS).
“Juntei todas as representações em uma só e a conclusão é que essa
pena pela cusparada é um pouco mais pesada podendo dar uma pena de
suspensão de um a seis meses do mandato. Mas quem vai dar a palavra
final é o Conselho de Ética, onde o processo irá começar do zero”,
afirmou Carlos Manatto. (AE)
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