RIO DE JANEIRO, 21 Set (Reuters) - A Petrobras
não tem prazo, nem decisão tomada, sobre qualquer mudança na
precificação de combustíveis, disse nesta quarta-feira (21) o presidente
da estatal, Pedro Parente, rebatendo uma reportagem publicada mais cedo
que afirmava que a empresa faria uma redução na gasolina até o fim do
ano.
"Não há decisão tomada. Nós estamos definindo qual será
nossa política (de preços), mas essa política tem sim como base a
paridade internacional e que toda empresa tem que ter a sua margem",
disse o executivo a repórteres, ao fim de um evento com empresários no
Rio de Janeiro para apresentar o Plano de Negócios e Gestão 2017-2021, anunciado na véspera.
O jornal "O Globo" disse nesta quarta-feira, citando fontes próximas à
direção da Petrobras, que a empresa estuda reduzir o preço da gasolina,
com chances de ajuste até o fim do ano.
E Parente continuou: "Eu não falei que há uma decisão de reduzir o preço até o fim do ano."
Preço compatível com mercado internacional
No dia anterior, o presidente da Petrobras já havia dito que o novo
plano da empresa determina que a política de preços de combustíveis tem
como base a paridade com o mercado internacional.
Ou seja, pelo
plano de investimentos e gestão, a companhia não pode vender derivados
no país abaixo dos valores praticados no exterior.
Atualmente,
com a queda dos preços do petróleo, a Petrobras vende internamente
derivados com prêmio ante o mercado externo, uma vez que não foram
feitos ajustes para baixo desde que a commodity declinou acentuadamente,
ainda que o câmbio tenha oferecido alguma compensação nessa conta.
A empresa está recuperando receita após vender por vários anos
combustíveis abaixo dos preços externos, para não pressionar a inflação,
como uma política do governo federal, o sócio majoritário.
Essa política causou seguidas perdas trimestrais bilionárias para a estatal.
Agora, a nova direção da empresa disse que um reajuste será feito
quando a companhia achar necessário, ainda que uma queda nos preços na
bomba possa ser benéfico para o controle a inflação e para as metas do
governo.
Nas avaliações da Petrobras para ajustar o preço está
também a participação da empresa no mercado brasileiro, uma vez que
companhias concorrentes estão aproveitando para importar e vender
derivados com ganhos no Brasil.
Preços competitivos
Outro motivo para a Petrobras praticar preços de combustíveis
competitivos é a expectativa de atrair parceiros e contribuir com a
criação de um mercado interessante para investimentos, afirmou nesta
quarta-feira o diretor de Refino e Gás Natural da petroleira, Jorge
Celestino.
A empresa tem, por exemplo, projetos em refino à espera de investidores para serem continuados.
"Se a gente quer ter parceiros, criar um mercado que atrai investimento
e negócios. É relevante praticar preços de mercado, preços
competitivos, referências internacionais", disse Celestino, no mesmo
evento.
(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier; Texto de Roberto Samora; Edição de Gustavo Bonato)
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