Caiu no meu conceito. Fagner faz sua 'mea culpa'

Cantor e compositor relata que produção não cumpriu com o combinado, mas nega ter atirado violão emprestado ao chão


Raimundo Fagner, 67, assumiu ter agido de forma errada com o músico mineiro Carlos Walter, em entrevista, nessa segunda (17), ao Magazine. O cantor e compositor cearense era uma das atrações da festa de enceramento do Festival Internacional de Corais e Bandas (FIC), na serra da Piedade, no último dia 9. Como estava sem violão, Fagner pediu um emprestado. O instrumento foi cedido por Carlos Walter. Ao final de sua participação, Fagner não só jogou o instrumento ao chão, como dirigiu palavras de baixo calão ao músico mineiro.

Fagner conta que aceitou o convite para participar do festival por respeito ao povo mineiro e a (Fernando) Brant (homenageado da festa de encerramento, que morreu no ano passado). Mesmo imaginando que seria um evento complicado, ele diz ter combinado com o organizador (o maestro Lindomar Gomes) que queria um maestro e um violão para acompanhá-lo. “Quando cheguei para cantar, não tinha violão. Esse rapaz (Carlos Walter), muito gentilmente, cedeu este violão Mas era um instrumento inadequado, sem correia. Como estou com um problema sério de coluna, o braço doeu muito e comecei a me aperrear”, conta Fagner.

O cearense relata que já havia enfrentado outros problemas no evento devido à falta de organização, incluindo um ensaio que foi marcado, mas não realizado. Isso teria deixado o cantor e compositor profundamente irritado. Durante sua apresentação, Fagner fez críticas, sim, ao instrumento que lhe foi emprestado. “Tanto que fiz uma brincadeira. De um jeito bem cearense disse que aquele parecia um violão de corno. Todo mundo riu”.

Walter e outros músicos presentes contam que, ao fim da apresentação, Fagner jogou o instrumento no chão de pedras em frente ao santuário de Nossa Senhora da Piedade. Fagner dá outra versão: diz que colocou o instrumento no chão, depois de procurar por um suporte e não encontrar. “Eu o acomodei, tem até imagens disso, foi filmado, tinha drones, eu não joguei no chão”, afirma.

“Eu achava que ele (Carlos Walter) era da produção. Não sabia que o violão era dele. Não o conheço. Quando comecei a ficar chateado com aquela situação, de não ter um instrumento pra tocar, ele apareceu com um violão. Pensei que era alguém da produção e o desacatei”, justifica-se. “A única pessoa a quem tenho que pedir desculpas é ao músico. Ele estava na hora errada, no lugar errado”, diz o cearense. “Ele pode estar chateado, mas ele também viu que entrei em um barco abandonado”.

Fagner conta que chegou a pedir o contato de Walter para Lindomar Gomes, que teria ficado de passar o telefone e não o fez. “O maior interessado em que isso fique muito claro sou eu, que tenho uma história muito ligada a Minas e, principalmente, ao povo”, afirma.

O cantor voltou a criticar a produção do evento, especialmente Lindomar Gomes. “Se querem saber como é meu comportamento, pergunte a quem costuma me levar aí profissionalmente. Esse menino é um amador”, conta.

Críticas. A postura de Fagner durante o tempo em que esteve no evento foi criticada por músicos e pessoas da produção. O cantor e compositor Pedro Morais, que também se apresentou no FIC, relatou ter presenciado não só o momento em que Fagner jogou o violão ao chão, como também um outro episódio em que destratou um técnico de som.

Morais diz que o evento ocorreu sem maiores problemas, apesar de eventuais dificuldades, normais para um encontro que reuniu diversos artistas, bandas e corais. “A produção do Lindomar foi atenciosa com todos, estava todo mundo em sintonia com o lugar, só o Fagner que estava em outro clima”, descreveu.

Segundo Fagner, seu comportamento não foi equivocado e isso pode ser confirmado pelo pessoal do Santuário da Serra da Piedade. José Geraldo Cardoso, um dos administradores do local, se disse surpreso com as reclamações contra o músico. “Ele foi solícito com todos aqui do santuário e com os fãs. Me causa estranheza. Em momento nenhum ele demonstrou má vontade”, declarou.

Perguntado sobre como reagiria se receber o telefonema de Fagner com um pedido de desculpas, Carlos Walter disse que vai tratar o cantor e compositor como sempre trata todos. “Como bom mineiro, seguirei a tradição: com hospitalidade e educação”, disse.

O produtor do FIC, Lindormar Gomes, foi procurado pela reportagem, mas não atendeu as ligações e nem retornou os recados até o fechamento desta matéria
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Sobre jaguarverdade

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