Ao
pedir ao STF o desmembramento da investigação, Janot disse que
políticos do PT, PMDB e PP usaram os partidos para "perpetração de
práticas espúrias" (Foto: Antônio Cruz/ABr)
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF),
deferiu pedido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e
autorizou o fatiamento do maior inquérito da Operação Lava Jato que
tramita na Corte. Agora, serão quatro inquéritos separados, um destinado
ao envolvimento de políticos do PP, outro relativo ao PT, um terceiro
sobre o PMDB no Senado e o último sobre o PMDB na Câmara em uma
organização criminosa que atuou no esquema de corrupção na Petrobrás. No
total, 66 pessoas são alvo das quatro investigações, incluindo o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Senado, Renan
Calheiro (PMDB-AL).
Ao pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o desmembramento da
investigação, Janot disse que políticos do PT, PMDB e PP usaram os
partidos para "perpetração de práticas espúrias".
"Alguns membros de determinadas agremiações se organizaram
internamente, utilizando-se de seus partidos e em uma estrutura
hierarquizada, para perpetração de práticas espúrias. Nesse aspecto, há
verticalização da organização criminosa. Noutro giro, a horizontalização
é aferida pela articulação existente entre alguns membros de
agremiações diversas, adotando o mesmo modus operandi e dividindo as
fontes de desvio e arrecadação ilícita", escreveu o procurador-geral da
República.
Em março de 2015, a PGR entendeu que deveria se investigar de forma
conjunta a atuação do núcleo político e foi aberto no STF um único
inquérito para investigar a formação de quadrilha. Segundo Janot, no
então, agora é necessário dividir a investigação para permitir a
"otimização dos trabalhos". "Embora, até o momento, tenha sido desvelada
uma teia criminosa única, mister, para melhor otimização do esforço
investigativo, a cisão do presente inquérito tendo como alicerce os
agentes ligados aos núcleos políticos que compõem a estrutura do grupo
criminoso organizado", escreveu o procurador-geral da República.
Nesta quinta-feira, 6, Teori decidiu autorizar o fatiamento do
inquérito em quatro investigações. A íntegra da decisão do ministro
ainda não foi divulgada.
Investigados. O inquérito relativo ao PP terá 30 alvos, como o
ex-ministro Aguinaldo Ribeiro; o presidente da sigla, senador Ciro
Nogueira (PI) e o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (MA).
Já o inquérito do PT reúne 12 pessoas: Lula; o ex-tesoureiro da sigla
João Vaccari Neto; os ex-ministros Edinho Silva, Ricardo Berzoini,
Jaques Wagner, Antônio Palocci, Erenice Guerra; o ex-assessor pessoal da
Presidência Giles de Azevedo; o ex-assessor Delcídio Amaral; o
empresário José Carlos Bumlai; o ex-presidente da Petrobrás José Sérgio
Gabrielli; e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto.
A investigação relacionada ao PMDB do Senado ficará inicialmente com 9
investigados, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL); os senadores da sigla Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR),
Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA) e o ex-presidente da Transpetro,
Sérgio Machado.
Já o inquérito do PMDB na Câmara tem 15 pessoas no alvo, entre eles o
deputado cassado Eduardo Cunha e um grupo de parlamentares considerados
aliados ao peemedebista; o ex-ministro Henrique Eduardo Alves; e o
banqueiro André Esteves. (AE)
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