Além dos enfermos que se enfileiram
em hospitais para ter acesso a cirurgias, exames, consultas ou
medicamentos, outros, diante da lentidão do serviço público, recorrem a
filas menores, mas ainda expressivas, na Justiça. Na tentativa de
diminuir essa fila e, consequentemente, evitar que aqueles em situações
menos graves tomem a frente de grupos prioritários no acesso aos
serviços, a Defensoria Pública do Estado firmou termo de cooperação com o
Governo do Ceará e o Município de Fortaleza.
A intenção
é mediar administrativamente as reivindicações da população — ou seja,
resolver o problema “dentro de casa”, sem concretizar a judicialização.
Desde abril deste ano até hoje, a Defensoria Pública atendeu 1.582
pessoas dispostas a processar Estado, Município ou União para garantir
seu direito à saúde.
De forma administrativa, reforçando
ao poder público a demanda do paciente e pleiteando uma solução rápida e
de baixo custo, foram resolvidos, de abril até hoje, 36% (577) dos
1.582 atendimentos realizados pela Defensoria. Outros 17% (277) estão no
prazo para resposta e 46% (728) foram, de fato, judicializados.
Costumam ser pedidos de transferência para leitos de Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) e demandas de medicamentos básicos.
A
supervisora do Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa), Silvana Feitoza,
lembra que a quantidade de leitos sempre será demanda reprimida se a
atenção primária não funcionar efetivamente, “porque a gente só fica
apagando incêndio”.
De responsabilidade das prefeituras, a
assistência primária também é entendida pela presidente do Sindicato dos
Médicos do Ceará, Mayra Pinheiro, como esfera que, em funcionamento
pleno, pode impactar diretamente na redução das filas de espera por
cirurgias, exames, consultas e medicamentos. “A judicialização não deve
ser o caminho. Nossa maior falha é uma gestão desorganizada”, pontuou
Mayra.
Fonte: O Povo Online
0 comentários:
Postar um comentário