“Caixa 2 não é propina e não vamos aprovar o pacote das 10 Medidas”, declara dep. Carlos Marun (PMDB-MS)

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O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) lidera a bancada que ameaça rejeitar o pacote de medidas contra corrupção elaborado pelo Ministério Público. Agora, ele avisa que se o relator Onyx Lorenzoni (DEM-RS) não incluir de volta no seu texto o crime de responsabilidade para juízes e procuradores que cometerem ilegalidade, o texto não passa. A votação está marcada para terça, 22.

Sobre a malandragem do  caixa 2, ele deu a seguinte declaração ao jornal O Estado de S. Paulo: “Caixa dois não é propina, não é corrupção, é outro tipo de relação. Político não gosta de caixa dois, gosta de receber e botar na sua conta. Mas, após se fazer uma criminalização da doação oficial, muitas empresas começaram a preferir fazer doação sem revelar.”

MPF
Para os procuradores do Ministério Público Federal, o tópico “crime de responsabilidade” é um assunto que pode ser discutido sem problema algum, desde que seja “depois” da votação referente às 10 Medidas. Exatamente porque o foco hoje é a questão da corrupção (crime contra o erário público) e, não, repentinamente, fazer uma análise da conduta dos procuradores e magistrados (que por sinal, tem sido exemplar no caso da Lava Jato). Veja o que declarou o procurador da República Roberson Pozzobon, da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba.

“Nunca foi discutido (o projeto sobre crime de responsabilidade para procuradores e juízes) nas diversas audiências públicas (sobre o pacote das 10 Medidas), nunca foi discutido com o Ministério Público, com o Judiciário, então nos causou surpresa”, disse. Ele acrescentou que é mais um ataque, assim como a nova redação à Lei de Abuso de Autoridades, do presidente do Senado, Renan Calheiros: “isso é basicamente um cala-boca sobre aqueles que estão trabalhando para trazer os delitos à tona e responsabilizar os seus autores.”

Caixa 2
Para o juiz Sérgio Moro, embora não exista uma “bala de prata” para acabar com a corrupção no país, as propostas das 10 Medidas devem ser levadas adiante porque poderão ajudar a reduzir os níveis de desvios de dinheiro público no país.

Ele também defende com ênfase a aprovação da tipificação do crime de caixa dois. Segundo Moro, muitos dizem que se trata de delito menor, amplamente difundido no país. Para o juiz, o caixa dois é um crime grave e não há nada que o justifique. Ele argumenta que, se candidatos podem receber dinheiro por meios legais, não há porque buscar recursos por meios clandestinos.

— Caixa dois é visto como um crime menor, trapaça de uma eleição. A meu ver não existe uma justificativa ética para esse tipo de conduta. É necessário ter a criminalização desta conduta — afirma Moro.

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