Em nota, associação diz que documento privilegia "interesses" do MPF
Os delegados de Polícia Federal informaram nesta terça-feira, 22,
que 'trabalharão' contra o relatório do deputado Onyx Lorenzoni
(DEM/RS). Na avaliação dos delegados, o texto 'enfraquece a Polícia
Federal'.
Os delegados afirmam que 'ao contrário do que o deputado Lorenzoni
vem afirmando, o relatório enfraquece a principal instituição de
enfrentamento ao crime e aos desvios de recursos públicos, a Polícia
Federal'.
"O relatório é extremamente prejudicial no combate à corrupção", declara a Associação Nacional dos Delegados de PF.
A entidade aponta quatro pontos que considera ofensivo à PF.
O relatório, afirmam, exclui o Fundo Nacional de Combate à Corrupção,
'que garantiria os recursos para a Polícia Federal combater a
corrupção'.
"Fere a autonomia da Polícia Federal ao prever que equipe conjunta de
investigação seja formada pelo ministro da Justiça e não pelo
diretor-geral da PF."
"Exclui a Polícia Federal das ações de cooperação internacional."
"Permite o arquivamento das investigações diretamente pelo Ministério
Público, sem apreciação do Poder Judiciário, característica essa de
Estados totalitários."
"É inaceitável que o Projeto de Lei das dez Medidas Anticorrupção
seja utilizado para privilegiar interesses corporativos do Ministério
Público Federal, ao invés de enfrentar o fortalecimento das instituições
que têm a missão constitucional de atuar na repressão direta à
corrupção e ao crime organizado", assinala a nota divulgada pela
Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal.
"Para garantir que estes preceitos básicos não sejam retirados da
Polícia Federal, os delegados federais estarão na Câmara dos Deputados,
esta tarde (terça, 22), para debater e apresentar as mudanças
necessárias no relatório do deputado Lorenzoni, a fim de que a PF não
seja alijada de suas funções estabelecidas pela Constituição Federal."
(AE)
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