Vice-presidente do Conselho de Direitos Humanos de SP é preso por suposta ligação com facção criminosa



O vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), Luiz Carlos dos Santos, e um grupo de advogados foram presos na manhã desta terça-feira, acusados de ligação com uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas. A polícia e o Ministério Público de São Paulo realizam uma operação batizada de “Ethos” para prender 42 pessoas.

Luiz Carlos dos Santos e os outros advogados são suspeitos de movimentar dinheiro do crime organizado em suas contas bancárias. Eles ainda são acusados de ajudar a criar uma espécie de cadastro com os nomes e endereços de agentes penitenciários e de seus parentes, para serem mortos quando a facção julgar necessário, uma espécie de “lista de morte” de agentes públicos.

O vice-presidente do Condepe foi preso logo no início da manhã em sua casa, em Cotia, na Grande São Paulo. Policiais fizeram ainda busca e apreensão no escritório do conselho, no centro da cidade.

A investigação começou em Presidente Prudente, interior do estado, onde estão dois presídios de segurança máxima. Na região de Campinas, pelo menos três advogados foram detidos.

Luiz Carlos dos Santos atuou pelo órgão auxiliando famílias de cinco jovens da zona leste de São Paulo que foram mortos em uma chacina no mês passado na cidade. Ele foi responsável, por exemplo, por ouvir famílias que foram alvo de ameaças após o crime, cuja investigação já identificou envolvimento de ao menos uma guarda civil metropolitano. Devido aos depoimentos que ouviu, Santos defendia a inclusão de pelo menos duas famílias em programas de proteção.

As investigações foram conduzidas pelo Departamento de Polícia de Presidente Prudente, onde estão dois presídios de segurança máxima. Na região de Campinas, pelo menos três advogados foram detidos. A operação teve o apoio do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ao todo, 638 policiais civis e 167 viaturas foram empenhados na ação.

O Condepe é um órgão ligado à Secretaria da Justiça e Cidadania do governo estadual. A pasta informou que, apesar de ser ligado à secretaria, o Condepe é independente e autônomo. O GLOBO entrou em contato com o conselho, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Fonte: O Globo

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