Dentista de Tamboril, George Adão também sofria da má formação e hoje ajuda crianças com o mesmo problema
O que te levou a escolher a sua profissão? O que motivou o
dentista George Adão Santos Farias foi a vontade de ajudar pessoas que
passam pelas mesmas dificuldades que enfrentou, juntamente com a sua
família, quando criança. Ele foi diagnosticado com lábio leporino e fez
todo o seu tratamento no serviço público de saúde. Atualmente, aos 23
anos de idade, ele exerce a profissão de dentista e dedica um dia da
semana ao trabalho voluntário.
Natural de Tamboril, montou seu consultório na mesma cidade, onde trabalha como dentista há 4 anos. Segundo o profissional, se não tratada, a fissura labial pode acarretar em muitos problemas de saúde.
“Desde problemas de origem psicológica e social, a problemas na
região maxilofacial como comunicações buco-nasais, problemas na oclusão
e mastigação, problemas respiratórios e alterações na fala com
dificuldade de comunicação”, exemplifica.
Uma criança diagnosticada com fissuras lábio leporino necessita de um cuidado diferenciado e integral em saúde bucal
para ficar apta a realizar a cirurgia corretiva. Esse atendimento é
ofertado pelo serviço público de saúde, mas muitas vezes não possui
estrutura para atender a demanda. Para facilitar o atendimento a essas
crianças, há um ano o dentista George Adão realiza uma ação social
voluntária.
Riscos
A criança com lábio leporino já nasce com a má formação,
adquirida durante o desenvolvimento gestacional. O tratamento consiste
na adequação da saúde dos dentes com acompanhamento integral por um
dentista. Em seguida é realizado tratamento ortodôntico de realinhamento
dos dentes para ser possibilitado o tratamento cirúrgico corretivo.
A cirurgia para correção não é realizada no consultório, e sim
em ambiente hospitalar com uma equipe de cirurgiões bucomaxilofaciais.
Após o fechamento cirúrgico de todas as fissuras, um novo tratamento
ortodôntico é necessário para a finalização do caso.
“Tudo isso demanda muito engajamento dos pais e uma equipe
multidisciplinar de profissionais, sendo tudo lento e muitas vezes
impossibilitado no serviço público de saúde”, lamenta o profissional.
Além da dificuldade do tratamento, outro desafio enfrentado é o
preconceito.
Talvez esse seja um dos fatores mais graves e que contribuem com as doenças psicológicas. Crianças são vítimas de bullying no convívio social,
principalmente em ambiente escolar, pelo defeito estético e pela
alteração na fala, tornando difícil a comunicação com outras pessoas”,
explica o dentista. Ele se inspirou em realizar o trabalho voluntário
após atender um paciente de 10 anos de idade, angustiado por ainda não
ter conseguido realizar a cirurgia no serviço público.
“Foi o que nos motivou a dar início a esse projeto. O Gustavo,
que reside em Tamboril, já está com todas as fases de tratamento
pré-cirúrgicas concluídas (adequação do meio oral e tratamento
ortodôntico). Conseguimos marcar a cirurgia dele com a equipe de
residência em cirurgia bucomaxilofacial do Hospital Batista em
Fortaleza, sob a chefia do Dr. Abrahao Carvalho”, relembra.
Fonte: tribunadoceara.uol.com.br
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