Manifestantes citaram casos isolados que não foram solucionados
Em
protesto contra a violência, um grupo com cerca de 20 pessoas se reuniu
em frente ao Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira (16). O
encontro foi organizado pelo grupo Vítimas Unidas, que acolhe vítimas da
violência e seus familiares. Representando várias regiões do país, eles
pedem agilidade da Justiça e que casos de violência não fiquem impunes.
Com faixas, os manifestantes citaram casos isolados que não foram
solucionados.
Uma das organizadoras do evento, Alessandra Leles representa as
vítimas de Brasília. Ela conta que foi vítima de agressão por parte de
um policial civil aposentado há cerca de um mês. Sem qualquer ação da
Justiça em relação ao caso, ela se sente ameaçada. “Não aconteceu nada
com ele. O Tribunal não fez nada, a polícia não fez nada e eu correndo
risco”, lamentou.
Alguns dos casos apontados na manifestação são de conhecimento
popular. Como o caso do menino Bernardo Boldrini, que foi assassinado
pela madrasta aos 11 anos, em abril de 2014, no Rio Grande do Sul. O
caso, que gerou comoção nacional, segue sem desfecho.
Outro caso de repercussão envolveu o deputado federal Osmar Bertoldi
(DEM), que foi preso no início deste ano sob a acusação de agredir a
ex-noiva, Tatiane Bittencourt. Bertoldi foi denunciado pelo Ministério
Público do Paraná (MP-PR) depois que a ex-companheira relatou a série de
agressões e o cárcere privado com a ajuda de três funcionários durante
os cinco dias. Tatiane faz parte do grupo e pede por Justiça.
Osmar ficou preso por oito meses até ser libertado, no último dia 27.
Cinco dias após ser solto, Bertoldi assumiu a cadeira, no início deste
mês. Ele é réu confesso e cumpriu pena integral pelos crimes de agressão
por motivo torpe. No entanto, foi absolvido na acusação de estupro
porque o juiz entendeu que havia poucas provas do crime. Agora, com a
nomeação, Bertoldi passa a ter prerrogativa de foro e só poderá ser
julgado por eventuais crimes pelo Supremo Tribunal Federal.
Resultado
A luta do grupo é longa, mas Alessandra avalia que já existe um
resultado positivo. “A mídia está atenta quanto a isso. Temos muitos
casos novos de violência, cada dia aparecem mais vítimas desesperadas”,
conta.
Quem precisar de apoio do grupo, pode procurar auxílio por meio do
Facebook. “Basta deixar uma mensagem ‘inbox’, vamos entrar em contato e
dar apoio”, explicou. O nome do grupo na rede social é "Vítimas unidas".
O grupo deve participar de reuniões em Brasília e, em seguida, partir para o Rio de Janeiro para continuar a luta por Justiça.
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