Invasores também entoam palavras de apoio ao juiz federal Sergio Moro e cantam o hino nacional. Porta que dá acesso ao local foi quebrada

Invasão no plenário da Câmara dos Deputados (Marcela Mattos/Veja.com/Grupo pró-intervenção militar invade plenário da Câmara)
Manifestantes invadiram na tarde desta quarta-feira o
plenário da Câmara dos Deputados e provocaram tumulto no local:
seguranças e invasores entraram em confronto. A porta de vidro que dá
acesso ao plenário foi quebrada e a sessão teve de ser
interrompida. “Nem eu sei o que está acontecendo. Não sei o que eles
estão reivindicando”, disse Waldir Maranhão (PP-MA), que presidia a
sessão, ao sair visivelmente assustado do plenário. Ainda restam cerca
de quarenta manifestantes no local – o plenário está isolado. Parte
do grupo foi hostilizada ao ser retirada do plenário aos gritos de
“fascistas” e “arruaceiros”. O Salão Verde também foi esvaziado.
Os manifestantes leram uma pauta com cerca de 50 itens, segundo o
deputado Darcisio Perondi (PMDB-RS). O plenário da Câmara foi isolado e
as negociações para a desocupação ocorrem sem a presença da imprensa. os
Beto Mansur e Lincoln Portela atuam como negociadores. Na pauta dos
manifestantes estão temas como o fim dos supersalários.
Ao chegar, o grupo entoava palavras de apoio ao juiz federal Sergio
Moro e cantou o hino nacional. Da tribuna, gritavam palavras de ordem em
favor de intervenção militar e bradavam: “General aqui”.
“Somos contra todos os políticos”, afirmou o manifestante Jeferson
Vieira Alves. Ele nega que o movimento tenha sido articulado com outras
entidades. “Sou uma pessoa sozinha e cansada. O que nós queremos é
acabar com a impunidade e a corrupção no país”. O deputado Júlio
Delgado, Julio delgado, que estava dentro do plenário no momento da
invasão, afirmou: “O que mais pediram para mim foi intervenção militar.
Defenderam a presença de um general aqui. Em seguida começaram a xingar.
Estão muito alterados”.
Manifestantes invadem plenário da Câmara dos Deputados (VEJA)
Os parlamentares foram pegos de surpresa pelo grupo, que rapidamente
tomou a tribuna. A invasão se dá no dia em que a Comissão Especial da
Câmara criada para analisar o pacote anticorrupção se reuniria para
votar o texto.
Pouco antes da ação do grupo, o procurador Deltan Dallangnol, chefe
da força-tarefa da Lava Jato recorrer às redes sociais para denunciar o
que chamou de manobras contra as Dez Medidas propostas pelo Ministério
Público. “Notícias dão conta de que estão acontecendo manobras de
líderes partidários na Câmara para mudar os deputados da Comissão que
votariam a favor das 10 Medidas contra a Corrupção. Isso é um
desrespeito com os mais de 2 milhões de brasileiros que assinaram o
projeto de iniciativa popular. É um desrespeito com os 200 milhões de
brasileiros que querem um processo de discussão e aperfeiçoamento
legítimo no Legislativo – basta dizer que esses deputados ouviram mais
de 100 pessoas. Não é possível simplesmente trocá-los. Sentindo-me
profundamente desrespeitado, como cidadão”, escreveu.
0 comentários:
Postar um comentário