'Canalheiros' será inflado diante de prédio de Renan em Maceió
Davi Soares
Em
agosto de 2015, manifestantes lavaram calçada do prédio de Renan, para
onde será levado o boneco "Canalheiros" (Fotos: Itawi
Albuquerque/Divulgação)
Grupos
pró-impeachment em todo o País uniram-se aos alagoanos para transformar
Maceió na capital nacional dos protestos pela queda do presidente do
Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), no próximo domingo (20). As
manifestações do “Fora Renan” serão realizadas na capital alagoana e em
mais oito estados.
O boneco 'Canalheiros' será inflado em frente ao prédio onde mora o
senador Renan, na Ponta Verde, durante o protesto marcado para iniciar
às 9h no Alagoinhas e nas demais capitais. As líderes dos movimentos Vem
pra Rua e Fora Corruptos, Carla Zambelli e Fabrícia Salles, confirmaram
presença na manifestação em Maceió e fizeram a convocação para que as
mobilizações se multipliquem.
“Vou fazer questão de ir para subir o boneco canalheiros na frente da
casa dele. Vamos bater de frente e pressionar para que coloquemos o
mais rápido possível Renan na cadeia”, disse Zambelli, em vídeo que
circula nas redes sociais com seu relato após relatar os riscos da
atuação de Renan contra a Lava Jato.
O prédio de Renan, localizado no coração do bairro mais nobre de
Maceió, já foi alvo de outro ato de repúdio ao senador alagoano, em
agosto de 2015, quando manifestantes lavaram com água, sabão e vassouras
a calçada do edifício.
INIMIGO Nº 1
O historiador Marco Antonio Villa também divulgou vídeo em que elege
Renan Calheiros como o “Inimigo nº 1 do Brasil”, após Dilma, Lula e
Eduardo Cunha. E alertou para os problemas que o presidente do Senado
pode causar para o combate à corrupção. “Temos que concentrar fogo na
figura de Renan Calheiros. Ele é inimigo do Brasil. Temos que
politicamente acabar com Renan Calheiros”, disse
INCONFORMISMO
Para Alessandro Gusmão, coordenador do Movimento Brasil, o “Fora
Renan” representa, na realidade, a indignação dos brasileiros com o foro
privilegiado, que permite ao presidente do Senado a protelação do
resultado de 12 investigações a que responde no Supremo Tribunal Federal
(STF).
“Renan hoje, é uma caricatura, um símbolo dos malefícios do Foro
privilegiado. Não só por ele está sendo protegido por esse absurdo de
nossa legislação, mas pelo importante cargo que Renan ocupa, como
presidente do Senado, segundo cargo mais importante do país, em total
dissonância com o assustador número de inquéritos que ele responde no
STF, sem o menor sinal de andamento. O protesto ‘Fora Renan’ é um apelo e
um grito de inconformismo dos brasileiros com a letargia e conivência
de nossa corte maior, com a injustiça”, resumiu Gusmão, em entrevista ao
Diário do Poder.
Dirigente da Frente pela Liberdade (FPL), formada por estudantes e jovens com idade entre 16 e 26 anos, Camila Dias dise ao Diário do Poder
que o Fora Renan já era idealizado há algum tempo pelos movimentos de
rua alagoanos, porém devido às repercussões recentes dos 11 inquéritos
no STF e a pedidos de movimentos de outros estados, seu grupo decidiu
realizar a manifestação no Dia da Consciência Negra, na terra do líder
libertário Zumbi dos Palmares.
“O objetivo do Fora Renan é pressionar para que ninguém fique impune
no Brasil, principalmente um conterrâneo nosso”, disse Camila.
Além do Vem pra Rua e do Fora Corruptos, os seguintes grupos
participam do Fora Renan em Alagoas: Frente pela Liberdade (FPL),
Instituto liberal de Alagoas (ILA), Movimento Brasil (MBR), Instituto
Conservador de Alagoas (Ical) e Foro de Maceió, entre outros.
Os protestos já foram confirmados nas seguintes capitais: Maceió-AL,
Curitiba-PR, Campo Grande-MS, Goiânia-GO, Belo Horizonte-MG, Manaus-AM,
Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA, Fortaleza-CE, além do município mineiro
de Juiz de Fora.
O Diário do Poder não conseguiu contato com o
senador Renan, que tem dito ser inocente das acusações que tem chamado
de "denúncias por ouvir dizer".
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