Prisão de Cabral "é sinal de que a Lava Jato é apartidária", disse
Para procurador, a prisão de Cabral "é mais um sinal de que a Lava Jato é apartidária" (Foto: José Cruz/ ABr)
O
procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa
da Operação Lava Jato em Curitiba, afirmou nesta quinta-feira, 17, que
"a lei está na mão das pessoas que serão punidas (pela operação)", em
referência a parlamentares. Ele disse esperar que o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tenha o mesmo entusiasmo que tem para
questionar salários do Judiciário para buscar medidas de combate à
corrupção.
Para o procurador, a prisão do ex-governador Sérgio Cabral, do PMDB,
"é mais um sinal de que a Lava Jato é apartidária". "Todos que integram o
time da Lava Jato não têm qualquer vinculação político-partidária nessa
história."
Sobre as medidas de Renan que são vistas como ofensiva contra o
Judiciário, como a criação de uma comissão que vai realizar um
pente-fino nos salários acima do teto constitucional, o procurador disse
que o Ministério Público Federal apoia a medida, mas pediu o mesmo
"entusiasmo" de Renan para outras medidas, como a reforma política.
"O que nos causa estranheza é que as prioridades agora estejam sendo
pautadas com uma mira no Judiciário e no Ministério Público, o que nos
faz indagar: quais são as intenções e os propósitos reais desses
projetos de lei e dessas comissões que estão sendo endossadas pelo
presidente do Senado? O que esperamos é que, com o mesmo entusiasmo que
ele (Renan) está buscando essas iniciativas (de analisar os
supersalários) sejam também buscadas iniciativas de combate à corrupção,
de reforma do sistema político, que incentiva hoje a corrupção, e
iniciativas para que possamos ter salários inferiores ao limite do
Supremo Tribunal Federal", afirmou Dallagnol.
Ele lembrou que a Procuradoria da República no Distrito Federal já
moveu ações questionando irregularidades em vencimentos de servidores do
Senado e afirmou que, no seu caso, seu contracheque não ultrapassa o
teto. (AE)
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