A SSPDS nega que as sete mortes tenham ligação com o assassinato do PM durante uma abordagem policial
Um policial militar e mais sete pessoas foram mortas por arma de fogo
no município de Limoeiro do Norte, a cerca de 200 km de Fortaleza,
apenas nesta sexta-feira (4). Apesar do alto número de assassinatos em
um curto intervalo de tempo, o responsável pela 4ª Cia do 1º Batalhão de
Polícia Militar - que fica em Limoeiro -, major Rocha Menezes negou a
relação entre todas as mortes.
Os civis foram executados após o cabo da PM Fábio Romeu Morais e Lima
ser morto em uma troca de tiros com um bando que tentava assaltar uma
loja de eletrodomésticos no Centro de Limoeiro, durante a madrugada. A
Polícia Militar perseguiu os assaltantes e teria matado um ainda durante
a perseguição incial e mais dois homens, que chegaram a fazer reféns,
segundo a versão da Polícia.
Testemunhas afirmaram que os bandidos fizeram reféns e permaneceram
durante 1h30 minutos em uma casa. Os criminosos foram cercados por
patrulhas da Polícia Militar. Um dos suspeitos teria se rendido
primeiro.
O segundo foi rendido posteriormente e entregou a arma para os
policiais. Quando os PMs mandaram que ele deitasse para realizar uma
busca, perceberam que havia uma segunda arma na cintura do homem e
atiraram nele e no comparsa.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará
(SSPDS), na negociação, os bandidos simularam que iriam libertar os
reféns, mas tentaram fugir, atirando contra os agentes de segurança, que
revidaram e acertaram os homens.
Durante a manhã desta sexta (4), mais duas pessoas foram mortas na
saída da cidade. Já no início da tarde, outros dois homens foram
executados no Centro, em outra ocorrência. Ninguém foi preso. Uma das
vítimas seria um traficante de drogas da cidade identificado apenas como
Carlos. Os nomes dos outros mortos não foram divulgados e nem os
antecedentes criminais.
Ainda de acordo com a SSPDS, as polícias Civil e Militar do Estado do
Ceará estão em diligências no sentido de capturar o restante do grupo
que matou o policial militar.
O coronel Lauro Carlos de Araújo Prado, secretário adjunto da Segurança
Pública e Defesa Social (SSPDS), disse que a princípio as mortes estão
sendo tratadas como um sequência de ocorrências e não como uma chacina.
"Temos notícias de um confronto entre Polícia e bandidos e dois duplos
homicídio. São três ocorrências que, por enquanto, não têm relação. Não
descartamos nenhuma possibilidade ainda, mas até onde foi apurado, os
fatos são distintos".
Segundo Prado, as mortes de ontem podem estar ligadas a outros fatos
que aconteceram na Região do Vale do Jaguaribe. O oficial disse que não
acredita que a Polícia tenha executado as pessoas que estavam na casa.
Segundo ele, o policiamento na Região foi reforçado e que as buscas aos
criminosos continua.
"As causas dos dois duplos homicídios estão sendo investigadas. E os
suspeitos, tanto das mortes quanto do assalto, estão sendo procurados.
Temos reforços do BPRaio, Cotar e Ciopaer lá para atuar enquanto for
necessário. A Polícia está mobilizada para restabelecer a
tranquilidade", ressaltou Prado. Dois dos bandidos mortos no confronto
foram identificados. Eles são de Mossoró, no Estado do Rio Grande do
Norte. O coronel Lauro Prado declarou que está sendo investigado se
houve alguma ligação anterior deles com pessoas de Limoeiro do Norte,
para a prática de crimes.
Em nota, a SSPDS manifestou profundo pesar pela morte do cabo da
Policial Militar, Fábio Romeu Moraes de Lima. "A SSPDS lamenta a perda
de um integrante das forças de segurança e se solidariza com os
familiares e amigos", informou a Pasta. O corpo do PM passou pela 4ª
Companhia de Limoeiro e depois seguiu para ser velado na Câmara
Municipal de Iracema, de onde o militar era natural.
O clima na cidade de Limoeiro do Norte depois das mortes era de medo.
Uma faculdade suspendeu as aulas e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL)
aconselhou aos associados que sentissem ameaçados, que fechassem as
portas.
Chacinas
Em maio do ano passado, quatro pessoas foram mortas em um bar de
Limoeiro do Norte, às margens da CE-358. Já em setembro de 2003, sete
pessoas foram sumariamente executadas na cidade por pistoleiros, na
então maior chacina do Estado. As mortes ocorreram dois meses depois do
assassinato do radialista Nicanor Linhares. No ano de 2004, 'Chico
Orelha', um dos acusados da chacina, foi morto pela Polícia no Rio
Grande do Norte. Os irmãos Cássio e Cassiano Santana foram condenados a
144 e 25 anos de prisão, respectivamente, em dezembro de 2011.
Fonte: Diário do Nordeste
Fonte: Diário do Nordeste
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