Para ele, motivos são projetos que envolvem o Poder Judiciário
O peemedebista citou o fato de ele se mostrar a favor do projeto de abuso de autoridade (Jonas Pereira/ Ag Senado)
Afastado
do comando do Senado no início da noite desta segunda-feira pelo
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, Renan
Calheiros (PMDB-AL) vê retaliação e atribuiu, em conversa com
interlocutores, que a decisão do ministro teve como motivação o fato de
ele estar levando à frente uma série de projetos que envolvem o Poder
Judiciário.
Nos diálogos, o peemedebista citou o fato de ele se mostrar a favor
do projeto de abuso de autoridade e ter criado uma comissão para
investigar os supersalários, que têm magistrados como um dos principais
alvos.
Renan considera que a decisão do STF é uma forma de ele não “tocar”
nessa pauta, conforme relato obtido com um aliado que o visitou na
residência oficial. O peemedebista, entretanto, tem se mostrado frio
desde que soube da manifestação. O senador discute com aliados e com sua
assessoria um eventual recurso contra a decisão.
O peemedebista esteve no foco dos protestos de rua de domingo em todo
o País, quando manifestantes pediram “fora, Renan”, e se tornou réu na
quinta-feira passada por peculato – a decisão acabou estimulando a Rede
Sustentabilidade a pedir ao STF o afastamento de Renan às 11h17 desta
segunda-feira.
Surpreendidos com a liminar do STF, interlocutores de Renan
informaram que ainda não definiram qual o melhor caminho para tentar
reverter a decisão de Marco Aurélio.
Renan chegou de Maceió segunda-feira à tarde e foi direto para a
residência oficial da presidência do Senado. Ele era esperado por Michel
Temer na reunião de anúncio da reforma da Previdência no Palácio do
Planalto – o presidente chegou a atrasar o início do encontro por essa
razão.
O peemedebista está em contato direto com o advogado-geral do Senado,
Alberto Cascais, que também é seu chefe de gabinete. Homem de confiança
de Renan, ele disse apenas que está “estudando saídas”. No radar, entre
outros caminhos, um eventual agravo ao plenário do Supremo para que
toda a Corte aprecie a liminar, mantendo-a ou reformando-a.
Poderes. Por ora, Renan divulgou uma curta nota em que diz que só vai
se manifestar após conhecer oficialmente o teor da liminar concedida
por Marco Aurélio, mas a tendência é tratar o assunto como uma decisão
que afronta um Poder da República. A nota dá a senha disso.
“O senador consultará seus advogados acerca das medidas adequadas em
face da decisão contra o Senado Federal. O senador Renan Calheiros
lembra que o Senado nunca foi ouvido na Ação de Descumprimento de
Preceito Fundamental e o julgamento não se concluiu”, disse a
manifestação. (AE)
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