Procurador-geral diz ter novos elementos contra o senador
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que "impõe-se
celeridade máxima nas investigações", ao apresentar nesta terça-feira,
13, uma resposta ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori
Zavascki, que lhe questionou a ausência de documentos na peça da
denúncia movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o
senador Renan Calheiros (PMDB-RJ) e o deputado Aníbal Moura (PMDB-CE).
Após Teori salientar que, na denúncia, faltavam os autos
correspondentes a diligências solicitadas pela própria PGR à Polícia
Federal, Janot afirmou que, após ter feito esta solicitação, o MPF
obteve novos elementos de prova que "ratificando os elementos já
existentes, permitiram a formação segura da 'opinio delicti' [opinião
sobre o delito] antes do esgotamento do prazo da prorrogação autorizado
por Vossa Excelência".
"No caso, havendo os elementos suficientes de prova (justa causa com
anexação do inquérito integralmente digitalizado), essa foi a razão pela
qual o Procurador-Geral da Republica ofereceu denúncia antes do fim do
prazo de encerramento das investigações", disse Janot.
Janot afirma também que, na denúncia, havia apresentado uma
solicitação para que os documentos do inquérito da PF fossem juntados
aos autos no STF.
A denúncia encaminhada por Janot ao STF na segunda-feira, 12, acusa
Renan e Aníbal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e pede também
a perda das funções públicas dos parlamentares. Trata-se da primeira
denúncia contra Renan no âmbito da Operação Lava Jato.
Tempo
A afirmação de Janot da necessidade de celeridade vem um dia após o
Grupo de Trabalho da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República ter
afirmado, em nota, que "o desenvolvimento das investigações obedece a
tempo próprio, independente da agenda política do País".
Há outros dez inquéritos contra Renan Calheiros nas mãos do MPF -
sete deles relacionados à Lava Jato. Além da denúncia apresentada nesta
segunda-feira, Renan se tornou réu há duas semanas por decisão do STF e
vai responder pelo crime de peculato. A acusação é de que ele desviou
recursos públicos de verbas indenizatórias para pagar despesas pessoais
da jornalista Monica Veloso, com quem mantinha relacionamento
extraconjugal. (AE)
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