o médico urologista Flávio Frederico é Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia. Foto: OBemdito
Quando o assunto é prazer sexual, não adianta ter pressa. Existem
muitos mitos sobre a ejaculação e dar e receber prazer pode se
transformar em um problema para o homem e comprometer a qualidade dos
seus relacionamentos.
A disfunção ejaculatória é uma das disfunções sexuais mais comuns no
sexo masculino e inclui: ejaculação rápida ou precoce, ejaculação
retardada, ausência de ejaculação (anejaculação) e ejaculação
retrógrada.
“Por vergonha, falta de informação e diálogo, muitos homens que
sofrem com o problema se calam e, não raro, evitam o contato sexual”,
diz o médico urologista Flávio Frederico (CRM 27856), que é Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia.
Segundo ele, o ciclo da resposta sexual é dividido em quatro fases:
desejo, excitação, orgasmo e resolução ou ejaculação. As disfunções
sexuais ocorrem quando há interrupções em uma destas fases.
Cerca de 30% dos homens em todo o mundo têm o problema, que pode
aparecer em qualquer idade. No Brasil, a maior incidência é entre os 20 e
35 anos de idade.
A ejaculação precoce é uma disfunção sexual caracterizada pela
incapacidade recorrente do homem em exercer controle sobre a percepção
da fase anterior ao seu reflexo ejaculatório. O orgasmo ocorre antes ou
logo após a penetração.
Cerca de 30% dos homens em todo o mundo têm algum tipo de disfunção ejaculatória
Não existe um tempo determinado de duração da relação sexual
ou número de intercursos até o orgasmo. “Quando o homem atinge o
orgasmo antes ou logo após a penetração, muitas vezes como mínimo de
estímulo sexual podemos caracterizar a ejaculação precoce ou rápida. O
mais importante é estabelecer se a precocidade ejaculatória acarreta
desconforto ou angústia ao paciente e sua parceira”, diz o médico.
Segundo ele, as causas podem variar, desde problemas
psicológicos, como depressão e ansiedade e também processos urológicos
inflamatórios, como prostatite e outras doenças agudas ou crônicas. “Daí
a necessidade da procura inicial por um urologista”, recomenda.
Diagnóstico
A ejaculação precoce pode ser dividida em três categorias: primário, que apresenta disfunção desde o início da vida sexual; o secundário, que é aquele que adquiriu o problema após anos de relações sexuais satisfatórias; e o ocasional, que sente o problema em algumas situações determinadas ou alguma parceira específica.
“É importante salientar que a ejaculação precoce é um sintoma e não uma doença”,
destaca o urologista. “Se acontecer antes do esperado uma ou outra vez
pode ser complemente normal”, salienta o doutor Flávio Frederico.
“Quando o transtorno se torna recorrente, provocando insatisfação
sexual, é hora de procurar ajuda médica. Quanto antes o problema for
diagnosticado e tratado, melhores serão os resultados”, enfatiza.
No consultório, o médico irá investigar o histórico de saúde do
paciente. Exames físicos da próstata e laboratoriais do sangue, do sêmen
e da urina irão determinar se as causas são físicas, psicológicas ou as
duas associadas.
Entre as causas físicas mais comuns destaca-se: prostatite,
alterações relacionadas com a serotonina (hormônio que regula o humor,
sono, entre outras funções), hipersensibilidade da glande e problemas da
tireoide.
“A prostatite é a inflamação da glândula da próstata
que se encontra entre os genitais, em torno do duto da saída da urina
e, normalmente, é causada por infecção bacteriana de transmissão local.
Não é raro ser secundária a doenças sexualmente transmissíveis, como a
gonorreia, clamídia e tricomoníase”, explica o médico.
É uma doença bastante comum. Além da ejaculação precoce, pode
provocar disfunção erétil (dificuldade de ter ou manter a ereção
rígida), desconforto no baixo ventre, dor nos testículos e presença de
sangue no sêmen.
“O tratamento é a base de antibióticos adequados a bactéria
encontrada nos exames laboratoriais. O quanto antes o problema for
diagnosticado e tratado, melhores serão os resultados. Ao perceber os
sinais, procure um urologista”, recomenda.
Se na consulta médica o especialista perceber que a causa da
ejaculação precoce é de foro emocional, encaminhará o paciente para o
tratamento multidisciplinar, através do acompanhamento com psiquiatra
e/ou psicólogo.
No
caso de problemas psicológicos estarem associados a disfunção
ejaculatória, um tratamento multidisciplinar, com a ajuda de outros
profissionais de saúde pode ser necessário
“Não é raro problemas físicos e psicológicos estarem co-relacionados
nos casos de ejaculação precoce. O tratamento multidisciplinar, com o
acompanhamento do urologista e de um psiquiatra ou psicólogo garante
resultados mais rápidos e eficientes”, conclui.
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