De quarta-feira até sexta, o balanço do governo do Estado aponta 16 prisões e atentados em dez cidades
Rebelião já dura uma semana
Cerca de seis meses depois de ter deixado a cidade, 650 homens das
Forças Armadas voltaram a atuar nessa sexta-feira em Natal e na região
metropolitana, atendendo à ordem do presidente Michel Temer, que
respondeu ao pedido de ajuda feito pelo governador Robinson Faria (PSD).
As tropas serão reforçadas neste fim de semana, chegando a um total de
1.846 militares amanhã, vindos do Ceará, da Paraíba e de Pernambuco.
A ideia é que eles ajudem no patrulhamento da região. De quarta-feira
até ontem, o balanço do governo do Estado aponta 16 prisões e atentados
em dez cidades. Foram registrados 36 incêndios, 4 disparos de armas de
fogo contra prédios públicos - 3 em Natal e um em Parnamirim - e 39
apreensões (de armas, drogas, combustível). Só na capital, ontem, uma
garagem foi invadida e dois ônibus acabaram queimados.
Temer baixou decreto no Diário Oficial da União de ontem prevendo que o
reforço militar permaneça no Rio Grande do Norte até o dia 30. Pela
manhã, já era possível observar a chegada de veículos blindados a bases
militares de Natal. "Faremos o policiamento ostensivo e preventivo
dentro de um conceito baseado na presença", disse ao Estado o coronel
Erland Mota, assessor de Relações Institucionais do Comando da 7.ª
Brigada de Infantaria Motorizada. A operação em Natal será comandada
pelo general Jayme Octávio de Alexandre Queiroz.
Pela manhã, Temer se reuniu no Planalto com o ministro da Defesa, Raul
Jungmann, que seguiu ontem para o Rio Grande do Norte, além do ministro
da Justiça, Alexandre de Moraes, e dos comandantes das Forças Armadas.
De acordo com interlocutores do Planalto, o presidente está "preocupado"
e "atento" à evolução da situação nos presídios. Na reunião, Temer
comentou as imagens de presos dominando Alcaçuz, o que impressionou a
todos.
Mesmo assim, os militares só atuarão no apoio às revistas nas cadeias -
e sem contato direto com os detentos. Em Natal, à tarde, Jungmann
também reforçou que a tropa não entrará em presídios onde há conflitos,
como é o caso de Alcaçuz. "As Forças Armadas não vão substituir as
polícias estaduais. A participação dos militares vai liberar as Polícias
Militar e Civil para atuar em outras áreas. Não vamos permitir que o
crime venha a imperar."
Continuidade
Segundo o coronel Erland, a operação denominada Potiguar 2 deve seguir
os moldes da atuação de agosto, quando o apoio militar também foi
acionado. Os pontos de patrulhamento devem atender à demanda estadual.
Conforme relatos ao Planalto, ainda há ocorrências em Natal, Parnamirim,
São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim, João Câmara, Macau, Caicó, Touros
e Maxaranguape. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
AGÊNCIA ESTADO
0 comentários:
Postar um comentário